domingo, 7 de março de 2010

Prótese inteligente monitora implantes ósseos em tempo real

Calcula-se em milhões o número de cirurgias nas articulações dos quadris que acontecem todo ano no mundo.

Uma parte significativa dessas intervenções cirúrgicas (entre 5% e 10%) acaba por gerar complicações posteriores, que normalmente implicam uma nova cirurgia para efeitos de revisão.

Mas a solução para este problema pode agora estar mais próxima.

Prótese inteligente

Clara Frias, engenheira da Universidade do Porto, em Portugal, acaba de criar uma "prótese inteligente". Trata-se de um dispositivo inovador em nível mundial, dotado de sensores capazes de detectar possíveis problemas com o implante.

Além disso, através da aplicação de cápsulas e sensores eletrônicos, o implante inteligente estimula o crescimento ósseo e com isso melhora a qualidade de vida dos pacientes, reduzindo os riscos associados à cirurgia.

Isso permite uma atuação do médico de forma não-invasiva, não apenas para acompanhar o pós-operatório, mas também para atuar diretamente no implante.

Sensores e atuadores

Na prática, o Smart Hip, como foi batizada a prótese inteligente, consiste numa rede de cápsulas, sensores de medição e atuadores que são introduzidos no implante que se encaixa no quadril.

Depois de ativado pelo médico - através de um computador com ligação a um dispositivo Bluetooth - os elementos que compõem a prótese inteligente transmitem informações que vão permitir combater as potenciais complicações do pós-operatório.

Os sensores detectam possíveis problemas com o implante e os atuadores estimulam o crescimento ósseo necessário. Desta forma, o dispositivo induz o crescimento do osso e sua aceitação pelo organismo.

Crescimento ósseo

Paralelamente, afirma Clara, "estamos desenvolvendo uma rede de atuadores capaz de estimular o crescimento ósseo na superfície do implante" que será controlada exteriormente pelo médico, assim como a rede de sensores, usando um sistema wireless.

A validação do conceito da prótese inteligente foi comprovada em estudo celular e foi recentemente testada em animais, com resultados "muito animadores", acrescenta ela.

O invento foi patenteado pela universidade e o próximo passo será a validação do conceito em humanos.

Nenhum comentário: