Com o advento da eletrônica orgânica está cada vez mais fácil imprimir circuitos eletrônicos.
Usando as técnicas microfluídicas desenvolvidas para as impressoras jato de tinta, é possível usar tintas condutivas para imprimir os circuitos em materiais flexíveis, como o plástico.
Mas a equipe da Dra. Jennifer Lewis, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, quer ainda mais liberdade.
Lewis e seus colegas desenvolveram uma caneta que permite literalmente escrever os circuitos elétricos e interconexões para componentes eletrônicos à mão livre.
Desenhando circuitos eletrônicos
Obviamente, não faz muito sentido desenhar a placa de circuito impresso de um computador à mão, se há programas e equipamentos para fazer isso automaticamente.
Mas, em tempos de computação ubíqua - computadores por toda parte - e roupas inteligentes, será comum querer colocar um LED ou uma célula solar em um ponto específico da casa, da roupa e até de um quadro.
E isto é algo que poderá ser feito muito mais rapidamente e com custo baixíssimo se estiver à mão uma caneta capaz de "desenhar" as conexões elétricas para os componentes eletrônicos ou fazer as antenas para sensores e equipamentos sem fios.
"A impressão com uma caneta permite construir dispositivos eletrônicos à medida que são necessários," afirma Lewis. "Este é um passo importante para a 'fabricação pessoal' usando ferramentas facilmente disponíveis e de baixo custo."
Tinta eletrônica
A "caneta eletrônica" é uma caneta comum, de esfera, preenchida com uma tinta eletrônica que a equipe vem desenvolvendo há anos.
A tinta condutora é feita a partir de nanopartículas de prata, produzidas em solução através da redução do nitrato de prata. O poli-ácido acrílico é usado para evitar que as nanopartículas fiquem muito grandes.
Os pesquisadores então removem o ácido e ajustam a viscosidade da tinta adicionando hidroxietilcelulose. Depois, é só colocá-la no depósito de tinta da caneta.
O grupo testou sua tinta e sua caneta conectando LEDs em uma pintura sobre tecido e construindo antenas totalmente funcionais para equipamentos de radiofrequência, como as usadas em dispositivos wireless.
A caneta eletrônica escreve sobre vários tipos de material, incluindo papel, plástico, madeira, cerâmica e tecido.
Microflexíveis
Os circuitos escritos sobre papel continuaram funcionais mesmo depois de o papel ser flexionado centenas de vezes.
Dependendo do material onde o componente é impresso pode ser necessário acrescentar cola para garantir a firmeza da fiação escrita com a caneta.
A seguir, a equipe planeja desenvolver novas tintas para permitir que a impressão de circuitos elétricos e eletrônicos possa incluir outros materiais condutores de elétrons e de íons.
O grupo da Dra. Lewis já desenvolveu várias tecnologias nesta área, incluindo canais tridimensionais que imitam o sistema vascular, um sistema que fabrica peças tridimensionais microscópicas e células solares tridimensionais usando uma técnica de nano-origami.
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