O feijão, do tipo carioquinha, é um organismo geneticamente modificado para se tornar resistente ao mosaico dourado, uma doença que deforma as vagens e grãos e causa o "abortamento das flores", diminuindo a produtividade da lavoura.
Há inúmeros questionamentos e dúvidas sobre a segurança dos organismos geneticamente modificados sobre a saúde humana, a chamada biossegurança.
A própria aprovação pela CTNBio não foi unânime: foram 15 votos a favor, 2 abstenções e 5 votos para que o assunto fosse melhor discutido.
Transgênico nacional
Com a aprovação, o feijão transgênico agora irá para análise do Ministério da Agricultura, quando as sementes transgênicas serão multiplicadas e selecionadas as variedades que poderão ser comercializadas.
A expectativa é que esse processo leve cerca de três anos, quando então o feijão transgênico chegará ao consumidor.
A Embrapa trabalha no desenvolvimento do feijão transgênico desde o ano 2000, sendo esta a primeira planta transgênica totalmente produzida por instituições públicas de pesquisa brasileiras.
Vacina para plantas
Segundo Francisco Aragão, um dos responsáveis pela pesquisa, a modificação genética desenvolvida se assemelha a uma vacinação da planta.
"Existe uma autoproteção da planta, como se fossem anticorpos. Quando o mosquito pica a planta e o vírus entra na célula, essa proteção entra em ação para repelir o vírus. O que fizemos foi uma antecipação a esse fato. Fornecemos ao feijão essa resistência antes mesmo de a planta ser picada," explicou.
Segundo ele, com a técnica de modificação genética utilizada, não há produção de novas proteínas na planta, o que eliminaria o risco de alergenicidade e toxidez.
Para chegar à variedade resistente, foram feitos inúmeros cruzamentos, que geraram 22 linhagens. Dessas, duas se mostraram resistentes à praga.
Fonte: Redação do Diário da Saúde
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