As nanopartículas de carbono - nanotubos e outros materiais de uma classe conhecida como fulerenos - têm uma importância crescente na eletrônica e mesmo na medicina.
Estudos de toxicidade abrem as portas para uso da nanotecnologia na Medicina
Os pesquisadores estudaram exposições em concentrações dessas nanopartículas que simularam a exposição a um aparelho eletrônico que usa as nanopartículas em sua tecnologia, a morar perto de uma fábrica de nanopartículas de carbono e, finalmente, a trabalhar diretamente com elas.
Nanopartículas nos rins
O impacto sobre o corpo humano foi medido usando células do néfron renal, uma estrutura tubular dentro dos rins responsável pela produção da urina.
Os pesquisadores concluíram que a presença das nanopartículas de carbono nessa parte do corpo é significativa e preocupante, sobretudo porque é esta parte do organismo que seria responsável por eliminar o material estranho do corpo.
"Ao contrário de muitos outros estudos, nós usamos baixas concentrações de nanopartículas de carbono, que são típicas do que pode aparecer no corpo depois de ingeri-los por contaminação ambiental ou mesmo respirar ar com as nanopartículas," disse a Dra. Bonnie Blazer-Yost, coordenadora do estudo.
A pesquisa mostrou que as nanopartículas não matam as células, elas afetam o seu funcionamento.
Barreiras biológicas
"Descobrimos que essas partículas minúsculas causam vazamento no revestimento celular do néfron renal," explica a bióloga.
"O rompimento dessa barreira biológica nos preocupa porque as coisas que deveriam ser retidas na urina podem vazar de volta para a corrente sanguínea e as coisas no sangue podem vazar para a urina. Substâncias biológicas normais, assim como resíduos de produtos, são perigosos se forem onde não deveriam ir," completou.
As barreiras biológicas são importantes em todo o corpo humano, estando presentes na pele, nos pulmões, intestinos, rins, no cérebro etc. Sua quebra pode produzir impactos negativos, embora a pesquisa não tenha prosseguido em busca de eventuais efeitos danosos.
"Nós precisamos prosseguir o estudo para ver como as nanopartículas vão se comportar em outras partes do corpo, como elas podem afetar a expressão de proteínas, assim como o que acontece quando elas cruzam as barreiras biológicas," concluiu a pesquisadora.
Fonte: Redação do Diário da Saúde
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