Este gerenciamento poderia diminuir o consumo de energia em horários de pico, aliviando a rede elétrica, além de propiciar uma melhor distribuição da energia ao longo do dia.
Para que tal gerenciamento funcionasse, o frio poderia ser armazenado por um determinado período para que o aparelho o utilizasse quando desligado.
A proposta foi feita por Glauco Niro e Luiz Carlos Pereira Silva, da Unicamp.
Redes inteligentes
A ideia parece simples e se mostrou viável tecnicamente, mas ainda não é realidade porque são necessários investimentos em redes inteligentes ou smart grids - um novo conceito que tem ganhado destaque no setor elétrico.
Dentre suas principais vantagens está o fato de permitir o controle da curva de carga elétrica. Isto possibilita que a mesma infraestrutura disponível possa atender a uma maior demanda, o que evitaria, por exemplo, a construção de novas usinas e linhas de transmissão.
"Trata-se de um novo paradigma que tem como característica principal a integração dos equipamentos dos consumidores de forma ativa à operação do sistema elétrico", explica Silva.
Algumas iniciativas já estão sendo realizadas no Brasil, como por exemplo, em Sete Lagoas, onde a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) possui um projeto-piloto de implantação das redes inteligentes.
Mas a perspectiva é que ainda demore um pouco para que a tecnologia se torne realidade no país.
Geladeiras inteligentes
O estudo concentrou-se sobre o impacto do gerenciamento das geladeiras no funcionamento do sistema elétrico.
As geladeiras, por funcionarem continuamente, representam um dos grandes responsáveis pelo consumo total de eletricidade das residências.
"O aparelho está presente na maioria das residências e possui características de funcionamento que permitem que ele seja gerenciado sem prejudicar o usuário", esclarece Niro.
O estudo gerou uma simulação computacional para um modelo adequado, tanto dos novos refrigeradores, quanto do seu gerenciamento, tudo no contexto de uma rede inteligente já implantada.
Como vantagens, o estudo obteve a diminuição da demanda de energia e das perdas elétricas no período de pico, bem como a melhoria do perfil de tensão.
Nas redes inteligentes há um grande fluxo de informações entre a concessionária e o consumidor.
"Atualmente, o representante da empresa passa uma vez por mês na casa do consumidor para a leitura do relógio e pronto. No modelo proposto, o diálogo aumenta, assim como as possibilidades de melhor utilização da energia", esclarece.
Fonte: Jornal da Unicamp
Nenhum comentário:
Postar um comentário