Chegou a ser cogitado um pedido de banimento da substância, mas o mercúrio hoje é usado em lâmpadas, termômetros, baterias de computador e uma infinidade de outras aplicações.
A expectativa é que seja criado um protocolo global que regulamente o uso do mercúrio.
O Brasil participará nesta segunda-feira de uma reunião que pretende construir uma posição conjunta dos países latino-americanos.
Intoxicação com mercúrio
O mercúrio acumula-se no organismo humano, com grande tendência a se concentrar no cérebro, fígado e rins.
A intoxicação crônica com mercúrio comumente manifesta-se na forma de problemas neurológicos, com problemas motores e sensoriais. A intoxicação repentina (aguda) normalmente apresenta problemas intestinais.
O problema mais crítico do uso desse metal pesado hoje é sua presença nas lâmpadas fluorescentes compactas.
Por consumirem menos energia do que as lâmpadas incandescentes, há uma campanha mundial para adoção dessas chamadas lâmpadas PL, apesar de que alguns especialistas afirmem que, com isso, "cada um de nós tem várias 'bombas de mercúrio' em casa".
Veja mais detalhes sobre os riscos do mercúrio nas lâmpadas na reportagem:
Mercúrio liberado por lâmpadas fluorescentes compactas pode exceder níveis seguros
Produção de mercúrio
O mercúrio também ocorre naturalmente.
No final do século passado, houve uma grande campanha sobre uma eventual contaminação dos rios da Amazônia com o mercúrio, o que era atribuído aos garimpeiros, que usam o metal pesado para capturar o ouro dos garimpos.
Estudos mais detalhados, contudo, mostraram que a concentração natural do mercúrio no solo da região era o responsável pelos níveis da substância nos rios.
O Brasil não produz mercúrio industrialmente, importando 100% do metal pesado utilizado no país. Mas as autoridades não sabem para onde vão 35% da substância que entra no país.
A tendência mundial é que o mercúrio passe por um processo de substituição gradativa, semelhante ao que vem acontecendo com o chumbo.
Em fevereiro de 2009, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou um grupo para discutir normas que regulamentem o uso do mercúrio em todo o mundo. Um texto com regras internacionais deve ser apresentado em uma conferência no Japão, em 2013.
Guilherme Franco Netto, um dos representantes do Brasil na reunião latino- americana, afirmou que a posição brasileira será em defesa de "um protocolo internacional bastante restritivo e que inclua processos que passem pela produção, compra, venda e pelo descarte de resíduos".
HCFC - Hidroclorofluorcarbonetos
O Brasil também quer antecipar o fim da utilização dos hidroclorofluorcarbonetos (HCFCs).
Os hidroclorofluorcarbonetos foram lançados para substituir os clorofluorcarbonos (CFCs), gases utilizados principalmente em refrigeração - geladeiras e aparelhos de ar-condicionado - que agridem a camada de ozônio.
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Mas logo se descobriu que os hidroclorofluorcarbonetos não só igualmente afetam a camada de ozônio, como ainda agravam o efeito estufa.
O problema é que os HCFcs, além da refrigeração, são usados para a fabricação de espuma de assentos, volantes e encostos de veículos e em embalagens térmicas.
A meta assumida pelo Brasil prevê a eliminação gradual dos HCFCs até 2040.
No entanto, segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o compromisso poderá ser adiantado em dez anos. "O Brasil é considerado um dos países com melhor desempenho no Protocolo de Montreal. A expectativa é que a gente possa antecipar de 2040 para 2030 a meta dos HCFCs."
Atualmente, o Brasil consome 1,3 mil toneladas de HCFCs por ano. Esse montante deverá ser mantido até 2013.
A partir daí, serão calculadas reduções de 10% até 2015, 35% até 2020, 67,5% até 20205, 97,5% até 2030 e 100% até 2040.
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Fonte: Redação do Diário da Saúde
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