Nos testes em laboratório, os cientistas demonstraram que essas proteínas-interruptores, funcionando dentro das células, podem ativar uma poderosa droga que destrói a célula quando encontra um biomarcador indicando que aquela célula é cancerosa.
O objetivo, segundo eles, é lançar um novo tipo de medicamento que faça com que as células de câncer se autodestruam, sem afetar os tecidos normais, evitando, desta forma, qualquer efeito colateral.
Pró-droga
Um dos maiores problemas associados aos tratamentos atuais - tanto a quimioterapia quanto a radioterapia - é que eles afetam também os tecidos saudáveis, o que leva à ocorrência de fortes efeitos colaterais.
Nesta nova estratégia, o médico poderia aplicar uma "pró-droga", ou seja, uma forma inativa de uma droga contra a doença.
Somente quando o marcador indicativo do câncer está presente na célula é que esse interruptor transforma a pró-droga inofensiva em uma potente forma de quimioterapia - apenas para aquela célula em particular.
"A chave efetivamente transforma a célula de câncer em uma fábrica para produzir a droga anti-câncer dentro da própria célula," afirma Marc Ostermeier, da Universidade Johns Hopkins (EUA), um dos autores do estudo.
Fabricação local
Os pesquisadores testaram a estratégia em culturas de células do câncer de cólon e do câncer de mama.
Embora as chaves, ou interruptores, ainda não tenham sido testados em pacientes humanos, e muitos testes ainda precisem ser feitos, os pesquisadores dizem que este é um primeiro passo muito positivo rumo a uma nova estratégia para o combate ao câncer.
Embora muitos pesquisadores estejam desenvolvendo técnicas para levar os medicamentos diretamente para as células cancerosas, Ostermeier afirma que a estratégia da proteína-interruptor resolve vários problemas encontrados por essas pesquisas.
"O conceito da proteína-chave muda o jogo, fornecendo um mecanismo para produzir a droga anticâncer dentro da célula, em vez de tentar levar essas drogas lá para dentro," diz ele.
Fonte: Redação do Diário da Saúde
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