Num futuro próximo, dispositivos médicos implantados no corpo humano - marcapassos, por exemplo - usarão as tecnologias de radiofrequência - ou comunicações sem fios - para aprimorar o atendimento aos pacientes e o acompanhamento de sua saúde.
Um sistema bidirecional de comunicação sem fios, de baixa potência, ligando o dispositivo implantado a um sistema de monitoramento remoto, poderá fornecer dados do paciente em tempo real, permitindo que os médicos ajustem o tratamento imediatamente, caso seja necessário, ou acionem o serviço de emergência antes mesmo que o paciente perceba que algo está acontecendo.
Os implantes também poderão enviar os dados para o médico durante a noite, quando o paciente está dormindo, seja pelo telefone ou pela Internet, alimentando os bancos de dados e a atualizando a sua ficha médica de forma automática.
Antenas implantáveis no corpo humano
Embora haja desafios e aprimoramentos a fazer para viabilizar toda esta tecnologia, nenhuma dessas visões sequer começará a funcionar aquilo que pode parecer a parte mais simples de todo o aparato: as antenas.
É por isto que os pesquisadores estão priorizando o desenvolvimento dessas microantenas que serão utilizadas nesses equipamentos de monitoramento da saúde em tempo integral.
Essas antenas precisam ser pequenas, leves e terem alto desempenho. Mas também precisam ser de baixa potência, dirigir um mínimo de radiação para o usuário e serem totalmente incorporadas nos implantes. Elas também precisam ser fabricadas com materiais biocompatíveis, mas com boa condutividade elétrica.
Antenas onidirecionais
E tudo isto precisa ser testado. O desafio é que testar antenas elétricas muito pequenas não é algo simples - elas induzem correntes de modo comum (assimétricas) sobre os cabos coaxiais usados para medir seu desempenho, distorcendo os resultados. Com isto, os engenheiros nunca sabem se têm a antena com o melhor equilíbrio possível de todas as características exigidas.
Felizmente, o problema acaba de ser solucionado por pesquisadores do Laboratório Nacional de Física da Inglaterra, que descobriram como avaliar as pequenas antenas elétricas sem interferir com o seu funcionamento.
Ligando as antenas onidirecionais a uma fibra óptica, em vez de a um cabo coaxial, os pesquisadores foram capazes de remover os efeitos das reflexões do cabo e, mais importante, eliminar a corrente de modo comum que interferia nas medições.
Tecnologias implantáveis miniaturizadas
A descoberta foi utilizada para desenvolver uma antena RFID, de baixa potência, incorporada em um sistema de três camadas, projetado para replicar a estrutura da pele, da gordura e dos músculos do corpo humano.
"Esta descoberta poderá ajudar no desenvolvimento da próxima geração de tecnologias implantáveis miniaturizadas, projetadas para salvar ainda mais vidas [do que os implantes atuais]," comentou o professor Martin Alexander, responsável pela descoberta da nova forma de aferição das "antenas corporais."
Nenhum comentário:
Postar um comentário