Essa mudança estrutural destrói a capacidade dessas proteínas de danificar as células nervosas do cérebro. "A descoberta vai ajudar a identificar medidas preventivas eficazes e levar a melhores tratamentos terapêuticos na luta contra o Mal de Alzheimer," disse do Dr. Paul Breslin, do Monell Center, nos Estados Unidos.
ADDL - Proteínas tóxicas
Conhecidas como ADDLs (Amyloid Beta-Derived Diffusible Ligand), essas proteínas altamente tóxicas colocam-se entre as sinapses neurais do cérebro de pacientes de Alzheimer, impedindo o funcionamento normal das células nervosas, eventualmente levando à perda de memória, à morte da célula e à interrupção global do funcionamento cerebral.
"Acredita-se que a ligação das ADDLs às sinapses nervosas é um primeiro passo crucial para o surgimento do Mal de Alzheimer. O oleocantal altera a estrutura da ADDL de uma forma que impede sua ligação às sinapses," explica William L. Klein, coautor do estudo.
Klein e seus colegas identificaram as ADDLs em 1998, levando a uma alteração radical na forma de entender as causas, a progressão e o tratamento do Mal de Alzheimer. Também conhecidas como oligômeros beta-amiloides, as ADDLs têm uma estrutura diferente das placas amiloides que se acumulam no cérebro dos pacientes de Alzheimer.
Óleo de oliva contra Alzheimer
Baseando-se em uma série de estudos de laboratório, a equipe do Centro Monell e da Universidade de Northwestern descobriram que a incubação das células nervosas com o composto encontrado no óleo de oliva extra virgem aumenta o tamanho das proteínas ADDLs, impedindo seu processo de inserção entre as sinapses.
Outra descoberta inesperada foi que o oleocantal transforma as ADDLs em importantes alvos para os anticorpos. Isso representa uma oportunidade para a criação de tratamentos de imunoterapia mais eficazes, com o uso de anticorpos para se ligar e atacar as ADDLs.
"Se o tratamento da doença de Alzheimer com anticorpos for aprimorado com o oleocantal, os efeitos combinados antitóxico e imunológico deste composto poderão levar a um tratamento eficaz para uma doença que hoje é incurável. Somente os testes clínicos [com humanos] poderão dizer," afirmam os pesquisadores.
O estudo contou com a participação da pesquisadora Fernanda de Felice, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Fonte: Diário da Saúde
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