sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Mosquito da malária tem gene que impede a transmissão da doença

A forma de expressão de um único gene determina se um mosquito será capaz ou não de transmitir o parasita da malária. A conclusão é de um grupo de pesquisadores franceses, que vem estudando o genoma dos mosquitos transmissores de malária para o homem há vários anos.

A descoberta começa a esclarecer como a variação genética entre as várias populações diferentes de mosquitos afeta a sua periculosidade para o homem. Por exemplo, alguns mosquitos e pernilongos são capazes de matar os próprios parasitas da malária, enquanto outros são condenados a transmiti-los.

Amigo ou inimigo?

Combinando estudos de interferência de RNA com o genoma do Anopheles gambiae, os pesquisadores demonstraram que um único gene presente nos mosquitos infectados com parasitas da malária exprime uma proteína, chamada TEP1, de modo diferente entre as populações.

São essas diferenças que determinam se os parasitas da malária serão mortos ou não pelas próprias respostas imunes do mosquito. Ou se eles serão transmitidos a um novo hospedeiro, como o homem.

Os experimentos, feito em roedores, indicam que é a expressão TEP1 - e a ação de qualquer gene adicional que influi nessa proteína - que determina a "vocação" desses parasitas da malária: serem inofensivos ou contaminarem o homem com a malária.

Controle da transmissão da malária

Embora preliminares, os resultados podem levar ao desenvolvimento de novos instrumentos para controlar a transmissão da malária.

"Os parasitas da malária passam uma parte de suas vidas no interior dos mosquitos e outra parte no corpo dos seres humanos. Portanto, ao aprender como os mosquitos resistem à malária, poderemos encontrar novos instrumentos para controlar a sua transmissão a seres humanos em áreas endêmicas", disse Stephanie Blandin, coordenadora do estudo.

Segundo os cientistas, embora o estudo tenha-se concentrado no parasita que causa a malária em roedores, há evidência de que o gene TEP1 também possa estar implicado na resposta imunológico dos mosquitos à malária humana - uma conexão que os cientistas vão começar a estudar.

Eles acreditam que a pesquisa poderá ajudar no desenvolvimento de programas de erradicação de malária mais efetivos.

Pernilongos geneticamente modificados

Vários estudos têm mostrado que a manipulação genética dos vetores de transmissão de doenças para o homem pode transformá-los em agentes de defesa.

Por exemplo, Pernilongo geneticamente modificado pode virar inseticida não-tóxico e Mosquitos transgênicos vão combater elefantíase.

Nenhum comentário: