quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Câmera de vídeo registra imagens na velocidade do pensamento

Pesquisadores europeus criaram uma filmadora digital capaz de capturar fótons individuais um milhão de vezes por segundo.

Isto significa que a câmera é capaz de gravar os processos neurais do pensamento viajando ao longo dos neurônios. Falando em linguagem figurada, os pesquisadores afirmaram que sua câmera ultrarrápida é capaz de filmar os "pensamentos" conforme eles acionam as diversas partes do cérebro.

Imageamento médico

O avanço deverá impactar as áreas mais avançadas da ciência, mas principalmente a área do imageamento médico, registrando eventos neurológicos com uma resolução hoje inalcançável e permitindo que os médicos e cientistas analisem o que ocorre no sistema nervoso em geral, e no cérebro em particular, com uma precisão inédita.

Nas pesquisas bioquímicas, os cientistas têm desenvolvido mecanismos engenhosos e complicados para inferir ou deduzir o que está acontecendo em nível molecular nos processos intracelulares. Com a nova câmera, eles poderão simplesmente fotografar essas etapas diretamente, verificando etapas que hoje são apenas objeto de deduções. E com luz visível, sem a necessidade de usar contrastes fluorescentes.

Um temporizador por pixel

O coração da nova câmera é um sensor CMOS com um nível inédito de miniaturização e sofisticação. É o primeiro sensor de imagens com resolução fotônica, no qual cada um dos pixels captura fótons individuais um milhão de vezes por segundo. Isso o torna capaz de registrar processos moleculares com detalhes sem precedentes.

O maior desafio dos pesquisadores foi criar um sistema de temporização capaz de trabalhar com a precisão necessária para contar os fótons individuais capturados. Para não haver nenhum retardo, cada pixel recebeu seu próprio temporizador.

Com capacidade para registrar um fóton a cada 100 picossegundos, e isto em cada um dos pixels individuais, o novo sensor gera uma quantidade incrível de dados. Para coletar todos e formar as imagens, os cientistas tiveram que criar uma nova forma de capturar os pixels e levá-los para o armazenamento. O sistema de leitura de alta velocidade opera paralelamente, transferindo até 10 Gb/s.

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