A sonda espacial LCROSS, da NASA, chocou-se contra o polo Sul da Lua no início desta manhã, deixando uma nuvem de decepção e preocupação.
Impacto sem espetáculo
Os cientistas esperavam ver uma nuvem de poeira levantar-se do local do impacto, mas nada pode ser visto. A melhor foto preliminar transformou uma espetacular nuvem de quilômetros de altura - que se esperava ver, mas que não se formou - em meros quatro pixels de uma imagem em baixa resolução.
A primeira hipótese para o "não-acontecido" é que o local do impacto seja mais rochoso do que se esperava. O local foi cuidadosamente selecionado com vistas a levantar a maior quantidade de poeira e detritos possível.
Inicialmente a NASA havia escolhido a cratera Cabeus A como alvo para o impacto da LCROSS. Mas uma análise mais detalhada, incluindo dados de outras sondas, fez com que o alvo fosse alterado na última hora, em busca da maior concentração possível de hidrogênio - o principal objetivo da missão era encontrar sinais de água no interior das crateras extremamente frias.
Mergulhando na poeira
A LCROSS era formada por duas partes. A primeira consistia no último estágio do foguete que a lançou ao espaço, chamado Centauro. A segunda era a sonda propriamente dita.
As duas se separaram algumas horas antes do impacto. Logo depois a LCROSS acionou seus foguetes em uma manobra de frenagem que a deixou cerca de 600 quilômetros de distância do projétil Centauro. Isso criou um atraso de cerca de 4 minutos entre o projétil e a sonda.
Com os dois segmentos seguindo o mesmo curso, o objetivo era que a LCROSS observasse a nuvem de poeira e detritos levantada pelo Centauro.
Olhos do Hubble
O fato de não ter sido observada a nuvem de poeira esperada, embora tenha causado uma decepção inicial, não significa que a missão tenha fracassado inteiramente. Somente a análise dos dados, enviados durante os quatro minutos entre os dois impactos, poderá revelar o que foi possível coletar, uma vez que a maioria dos instrumentos não dependia da luz visível para fazerem seu trabalho.
A LCROSS possuía dois espectrômetros na faixa do infravermelho próximo, um espectrômetro na faixa visível e ultravioleta, duas câmeras de infravermelho médio, duas câmeras de infravermelho próximo, uma câmera visível e um fotômetro de alta velocidade na faixa da luz visível.
Outras sondas espaciais, observatórios da Terra e até o Telescópio Espacial Hubble estavam observando o local e também podem ter coletado dados importantes.
A NASA programou uma conferência sobre os resultados preliminares para as próximas horas, quando os cientistas darão suas primeiras impressões sobre os resultados da missão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário