sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Como funciona a certificação florestal FSC ?

Simplificadamente, a certificação é um instrumento de mercado que objetiva atestar um ou mais atributos do processo de produção. Atualmente, os certificados ou selos “verdes”, ou seja, que levam em conta questões ligadas ao cuidado com o meio ambiente, têm tomado força. No caso da certificação florestal FSC, o atributo que é atestado é o bom manejo da floresta que originou a matéria-prima para um determinado produto. Veremos nas próximas seções, de forma mais detalhada, no que isto implica.

FSC é a sigla, em inglês, de Forest Stewardship Council (geralmente traduzido em português como Conselho de Manejo Florestal), e constitui o sistema de certificação florestal mais amplamente adotado no mundo. O objetivo do FSC é promover prática de manejo de florestas que sejam ambientalmente apropriadas, socialmente benéficas e economicamente viáveis, ou seja, que englobe os conceitos do Tripple Bottom Line, que faz parte do conceito de desenvolvimento sustentável.

Botton Tripple Line

Tripple Bottom Line

Tipos de certificação

Antes de discutir sobre os tipos de certificação florestal propriamente ditos, é interessante observar quais os princípios básicos de cada tipo de certificação e quais as suas implicações. Na prática, lidamos com vários tipos de certificação cotidianamente. Quando, por exemplo, uma marca de cerveja prega que é a melhor ou quando um profissional coloca em seu curriculum que ele(a) é o(a) melhor em um determinado assunto, o que está ocorrendo é uma auto-certificação. Evidentemente, é um tipo de certificação pouco confiável, já que a empresa ou pessoa são sempre suspeitas para elogiar seus próprios atributos. O mesmo ocorre quando várias empresas de um mesmo ramo criam um selo que diz que estas mesmas empresas fazem alguma coisa muito bem. Embora muitas pessoas não o notem, este segundo tipo de certificação é muito abundante nas prateleiras de supermercados. São os chamados selos autoreguladores.

O problema com as situações expostas acima é a credibilidade destes sistemas de certificação. Por esta razão, foram criados os chamados sistemas independentes de certificação. Ou seja, para ter credibilidade, a empresa ou produtor devem ser certificados por auditores independentes, que não têm nenhuma razão para elogiar ou para depreciar a qualidade do respectivo produto ou processo de produção. Além disso, a independência não é o único requerimento básico para que um esquema de certificação tenha credibilidade. Nas palavras da organização não-governamental Imaflora, que é um corpo independente de certificação florestal e agrícola, sistemas de certificação devem possuir as seguintes características:

  • Ser independente, conforme discutimos;
  • Ser tecnicamente consistente, ou seja, cada empresa, produtor ou empreendimento tem de ser avaliado de acordo com regras que sejam claras e que façam sentido;
  • Ser não-discriminatório, ou seja, tem de estar acessível a produtores de qualquer tamanho, capital, tecnologia, nível de investimento, além de raças, cor, credo e religião.
  • Ser transparente, ou seja, tem de haver uma estratégia de controle social sobre o que está acontecendo e quem está sendo certificado e em quais condições;
  • Ser voluntário, ou seja, a própria empresa ou produtor tem de se voluntariar a certificação.

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