sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Neurochip tem "suporte de vida" para células do cérebro

Cientistas da Universidade de Calgary, no Canadá, desenvolveram um neurochip capaz de monitorar a atividade de células cerebrais com uma resolução nunca alcançada antes.

Segundo os pesquisadores, seu neurochip de silício é mais simples de usar, o que ajudará muito no entendimento de como as células cerebrais trabalham em condições normais, além de permitir pesquisas que buscam tratamentos para doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.

Cérebro em um microchip

O neurochip contém um "suporte de vida" para as células neurais - uma vez inseridas no chip, as células crescem, se multiplicam e são mantidas vivas, podendo ser monitoradas durante várias semanas.

Inúmeros eletrodos tocam pontos diferentes dessa rede celular in vitro, permitindo monitorar seu funcionamento e sua reações conforme novas substâncias a serem testadas - candidatos a futuros medicamentos - são adicionadas. O chip tem resolução suficiente para monitorar o "diálogo" químico e elétrico entre as células neurais em cultura.

Em relação aos neurochips anteriores, segundo os pesquisadores, era como se até agora estivéssemos vendo as pessoas conversarem à distância - "agora podemos ouvir o que cada uma diz".

"Este avanço técnico significa que poderemos acompanhar mudanças sutis na atividade cerebral ao nível dos canais iônicos e dos potenciais sinápticos, que são também os alvos mais adequados para o desenvolvimento de fármacos para doenças neurodegenerativas e distúrbios neuropsicológicos," diz o Dr. Naweed Syed, coordenador da pesquisa.

Canais iônicos

A maior vantagem do novo neurochip é que ele é automatizado. Anteriormente, eram necessários anos de treinamento para aprender como gravar a atividade dos canais iônicos das células cerebrais, e só era possível monitorar uma ou duas células ao mesmo tempo.

Com o novo dispositivo, grandes redes de células podem ser colocadas no neurochip e observadas em detalhe, permitindo a análise de vários circuitos cerebrais.

Isto permitirá, por exemplo, que múltiplas substâncias candidatas a novos medicamentos sejam testadas em uma espécie de "linha de produção", em larga escala.

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