Um grupo de cientistas validou teórica e experimentalmente a primeira argila organofílica para uso como preenchimento na fabricação de plásticos.
O material, de baixo custo e que pode ser produzido em larga escala, é feito de argila natural, o que o torna mais seguro e mais ambientalmente correto do que os compostos químicos hoje utilizados na fabricação de compósitos plásticos de alto desempenho.
Nanotecnologia nos plásticos
Miriam Rafailovich e seus colegas da Universidade Stony Brook, nos Estados Unidos, explicam que as argilas organofílicas tratadas com amina quaternária foram as nanopartículas pioneiras na área, que marcaram a introdução da nanotecnologia na fabricação de plásticos.
Mesmo pequenas quantidades dessas substâncias tornam os plásticos resistentes ao fogo, mais fortes e mais resistente a danos causados pela luz ultravioleta e por substâncias químicas.
Elas também permitiram que os plásticos fossem misturados, criando materiais híbridos até então desconhecidos, a partir de plásticos comuns.
Mas lidar com essas nanopartículas está longe de ser algo simples ou limpo. As nanopartículas organofílicas de aminas quaternárias são difíceis de produzir por causa dos riscos sanitários e ambientais associados com as aminas quaternárias. E elas só podem ser produzidas em pequenos lotes.
Estes e outros inconvenientes, incluindo o custo muito alto, restringiu o uso desses materiais e limitou a maioria das maravilhas tecnológicas que elas geram a meras curiosidades científicas.
Argilas organofílicas
A nova argila organofílica nanoestruturada agora testada dispensa as problemáticas aminas, substituindo-as por um composto antichama chamado fosfato de difenila resorcinol.
Esses organofílicos são baratos, geram menos poeira, podem ser produzidos em larga escala e são termoestáveis até temperaturas muito mais altas (acima dos 600 graus).
A argila também se mostrou superior nas aplicações dos plásticos antichama. E, ao contrário da maioria das argilas organofílicas à base de aminas quaternárias, a nova nanoargila funciona bem com os estirenos, um dos tipos de plástico mais usados em todo o mundo.
O novo material já foi patenteado, e a expectativa é que ele possa resultar em uma nova geração de nanocompósitos plásticos a curto prazo.
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