Para acabar de vez com a dor e a inconveniência das picadas a que devem se submeter constantemente as pessoas com diabetes, os cientistas estão desenvolvendo um sensor que funciona usando unicamente luz.
Pessoas com diabetes tipo 1 devem monitorar atentamente o nível de glicose no sangue: açúcar demais pode causar danos aos órgãos, enquanto muito pouco açúcar priva o organismo do combustível necessário ao seu funcionamento.
A maioria dos pacientes precisa picar os dedos várias vezes ao dia para extrair o sangue para os exames.
Sensor de glicose por luz
O biossensor de glicose por luz, idealizado pelo físico Michael Feld, usa uma técnica chamada Espectroscopia Raman, um método que identifica as substâncias químicas com base na frequência das vibrações das ligações químicas que mantêm suas moléculas unidas.
A técnica é capaz de indicar o nível de glicose no sangue simplesmente iluminando o braço ou o dedo do paciente com luz, eliminando a necessidade de extrair o sangue.
Ainda em estágio de pesquisa, o protótipo do equipamento tem o tamanho de um notebook, mas deverá ser miniaturizado no futuro.
Concentração de glicose
Um dos grandes obstáculos que os cientistas têm enfrentado é que a luz utilizada, na faixa de frequência conhecida como infravermelho próximo, penetra apenas cerca de meio milímetro abaixo da pele.
Com isto, o aparelho mede a quantidade de glicose no líquido que banha as células da pele, conhecido como líquido intersticial, e não a glicose em todo o sangue.
Para superar o problema, os pesquisadores criaram um programa de computador que relaciona as duas concentrações, o que lhes permite prever os níveis de glicose no sangue como um todo a partir da concentração de glicose no líquido intersticial.
Eles desenvolveram também um método de calibração, chamado Correção Dinâmica de Concentração, que leva em conta a velocidade com que a glicose se difunde do sangue para o líquido intersticial.
Isto é importante porque, imediatamente após o paciente comer ou beber algo doce, a glicose no sangue sobe rapidamente, mas leva de cinco a 10 minutos para causar um aumento correspondente no fluido intersticial.
Espectroscopia Raman
A natureza não-invasiva da espectroscopia Raman tem potencial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com diabetes em todo o mundo. Mas, para ser prático, qualquer dispositivo desse tipo precisa ser pequeno, barato e simples de usar.
Os pesquisadores do MIT afirmam que a máquina miniaturizada que eles estão desenvolvendo agora deverá reduzir os custos substancialmente, tanto pela miniaturização quanto pela redução da complexidade do instrumento.
Para conhecer outra pesquisa que busca livrar os diabéticos das picadas constantes, veja a reportagem Adeus agulhas: começa teste com comprimido de insulina para diabéticos.
Fonte: Redação do Diário da Saúde
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