Os pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) isolaram, em 1990, uma molécula que é vital para os helmintos - a SM14. Os resultados foram protegidos por patentes.
Com base nesta molécula, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os estudos permitiram obter dois produtos: um candidato a vacina para esquistossomose (que terá a fase 1 de testes clínicos iniciada pela Fiocruz ainda em 2010) e uma vacina para a fasciolose, doença parasitária mais comum em gado no mundo.
Boas práticas de fabricação
Estão agora em curso estudos de formulação para maximizar a proteção da vacina, de forma eficaz e segura. Trata-se da primeira vacina totalmente brasileira e a única vacina parasitária do mundo.
Recentemente, os pesquisadores conseguiram escalonar a molécula em laboratório e produzir o chamado "lote GMP", produzido em condições de boas práticas de fabricação (Good Manufacturing Practices).
Esta etapa é fundamental para a realização de testes clínicos humanos. Além disso, foi desenvolvida a grade de controle de qualidade, dentro dos mais rigorosos padrões internacionais.
Parceria público privada
Em 2005, a empresa Alvos licenciou a vacina veterinária e a vacina humana desenvolvida pelos pesquisadores da Fiocruz, numa parceria público privada. Agora, a Ourofino Agronegócios Ltda acaba de adquirir a Alvos, assumindo todo o processo.
A coordenadora da pesquisa, a médica Mirian Tendler, do IOC/Fiocruz, aponta que conseguir um parceiro industrial dentro do Brasil é uma grande conquista. "Com a parceria, a vacina contra fasciolose hepática terá seu desenvolvimento muito acelerado," afirma.
Fonte: Agência Fiocruz
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