Usando dados do Telescópio Fermi, uma equipe de astrônomos e astrofísicos identificou uma gigantesca estrutura que abrange mais da metade do céu visível, espalhando-se a partir do eixo central da Via Láctea.
A partir do centro da galáxia, as duas bolhas prolongam-se em direções opostas, cobrindo da constelação de Virgem até a constelação de Grus.
Mas como é que algo tão grande nunca havia sido visto antes?
A chave é o Telescópio Espacial Fermi, da NASA, o mais sensível detector de raios gama já lançado ao espaço. Raios gama são a forma mais energética da luz.
Outros astrônomos que estudaram os raios gama não haviam detectado as bolhas em parte por causa de um "nevoeiro" de radiação gama que aparece em todo o céu.
Essa neblina de alta energia surge quando partículas se movendo perto da velocidade da luz interagem com a luz e com o gás interestelar na Via Láctea.
A equipe do telescópio refina constantemente seus modelos, de forma a descobrir novas fontes de raios gama obscurecidas por esta emissão difusa.
Emissão de raios gama
Usando várias estimativas da neblina de raios gama, Doug Finkbeiner e seus colegas do Centro Harvard-Smithsoniano para Astrofísica, nos Estados Unidos, foram capazes de "soprá-la" das imagens, desvendando as bolhas gigantes.
Agora falta descobrir o que exatamente são as bolhas: "Nós não entendemos completamente nem sua natureza e nem a sua origem," diz Finkbeiner.
A equipe está realizando mais análises para entender melhor como a estrutura pode ter sido formada. As emissões das bolhas são muito mais energéticas do que o nevoeiro de raios gama visto em outras partes da Via Láctea.
As bolhas também parecem ter bordas bem definidas. A forma da estrutura e as emissões sugerem que ela se formou como resultado de uma liberação de energia grande e relativamente rápida - cuja origem continua um mistério.
Uma possibilidade inclui um jato de partículas de um buraco negro supermaciço no centro da galáxia.
Em muitas outras galáxias, os astrônomos já observaram jatos de partículas alimentados pela matéria que cai dentro de um buraco negro central. Embora não haja evidências de que o buraco negro da Via Láctea tenha um jato assim na atualidade, ele pode ter tido no passado.
As bolhas também podem ter-se formado como resultado da ejeção de gás de uma explosão de formação de estrelas, talvez a que produziu muitos aglomerados de estrelas maciças no centro da Via Láctea, vários milhões de anos atrás.
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