Em outras palavras, é como se prevêssemos o futuro.
A precognição - o conhecimento do futuro ou a capacidade de prever eventos futuros - tem sido apregoada por parapsicólogos há décadas.
Mas agora a demonstração vem de um experimento feito por cientistas acadêmicos, não vinculados a qualquer seita, e está descrito em um artigo que foi aceito para publicação em um periódico científico reconhecido.
Sem erros
Mais do que ser aceito para publicação, os psicólogos mais céticos sobre o assunto, afirmaram ter lido o artigo e não encontrado qualquer falha.
"Minha opinião pessoal é que isto é ridículo e não pode ser verdade. Verificar a metodologia e o planejamento do experimento é a primeira linha de ataque. Mas, francamente, eu não consegui achar nenhum problema. Tudo parece estar na mais perfeita ordem," disse Joachim Krueger, da Universidade Brown, em entrevista à revista britânica New Scientist.
O artigo, que foi aceito pelo Journal of Personality and Social Psychology, é o resultado de um trabalho de oito anos feito por Daryl Bem, da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, que afirma que só submeteu o trabalho para publicação depois de ter verificado cuidadosamente que não se tratava de uma casualidade estatística.
Ele descreve uma série de experimentos envolvendo mais de 1000 estudantes voluntários.
Experimentos de previsão do futuro
Na maioria dos testes, Bem usou fenômenos psicológicos bem estudados e simplesmente inverteu a sequência, para que o evento geralmente interpretado como causa ocorresse depois do comportamento testado, em vez de antes, como seria natural.
Em um experimento, os alunos viam uma lista de palavras, devendo lembrar-se de algumas delas. A seguir, era feito o teste de memória. Mais tarde, os mesmos estudantes digitaram palavras que foram selecionadas aleatoriamente a partir da mesma lista.
Estranhamente, os estudantes se lembraram melhor das palavras que eles ainda iriam digitar mais tarde.
Em outro estudo, Bem adaptou estudos sobre o priming, o efeito que uma palavra subliminarmente apresentada tem sobre a reação de uma pessoa a uma imagem. Por exemplo, se alguém vê rapidamente a palavra "feio", ela vai demorar mais tempo para decidir se a foto de um gatinho, ou algo semelhante, mostrada na sequência, é agradável ou não.
Ao fazer o experimento de trás para a frente, Bem descobriu que o efeito do priming parece funcionar tanto para a frente no tempo como para trás.
Futuro e passado
Segundo o cético Krueger - cético, em um sentido mais moderno, parece ser um termo aplicado a cientistas que não aceitam comprovações obtidas pela própria ciência - afirma que o uso de fenômenos psicológicos muito estudados foi "uma jogada de gênio", ao contrário dos parapsicólogos, que usam metodologias difíceis de serem aferidas.
O artigo de Bem tem sido mais destrinchado do que o próprio fenômeno que ele estudou. "Este artigo passou por uma série de revisões de alguns dos nossos comentadores mais confiáveis," disse Charles Judd, da Universidade do Colorado, do conselho editorial da revista Journal of Personality and Social Psychology.
Vários pesquisadores e comentadores não demoraram para lançar críticas ao pesquisador e à própria revista, por ter aceito o artigo. Mas todas as críticas se baseiam no "ceticismo" e, até agora, ninguém conseguiu demonstrar qualquer falha na pesquisa.
Fonte: Redação do Diário da Saúde
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