Gilberto Câmara e Keiji Tachikawa assinaram em Tóquio, nesta semana, uma carta de intenções para a utilização de dados do satélite japonês ALOS (Advanced Land Observing Satellite).
Gilberto é diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT) e Tachikawa é presidente da Agência Aeroespacial do Japão (Jaxa).
Vendo através das nuvens
O satélite ALOS, ou DAICHI, em japonês, foi lançado em 2006, e tem como característica de destaque a capacidade de observar o solo mesmo em dias nublados.
Isto é possível graças ao seu principal instrumento, o radar PALSAR (phased array type L-band synthetic aperture radar), com uma antena de 8,9 x 3,1 metros.
A parceria vai agregar a tecnologia de observação através das nuvens à experiência brasileira no monitoramento de florestas tropicais, que está sendo levada a outros países por meio dos cursos de capacitação técnica oferecidos pelo Inpe.
Observação da Amazônia
Os dados do ALOS serão utilizados sobretudo no monitoramento para Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação em Países em Desenvolvimento (REDD).
O Inpe já vem utilizando dados do PALSAR em estudos na Amazônia. Com o novo acordo, o Brasil receberá as imagens de alta resolução captadas pelo PALSAR e os cruzará com dados coletados localmente, na superfície, para checar a precisão da observação do satélite.
Além do encontro com o presidente da Jaxa, o diretor do Inpe cumpre em Tóquio compromissos com representantes do Ministério das Relações Exteriores do Japão para debater assuntos como mudanças climáticas e políticas espaciais.
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