quarta-feira, 3 de novembro de 2010

NASA: robô humanoide pode pousar na Lua em 1000 dias



Engenheiros do Centro Espacial Johnson, da NASA elaboraram um projeto para colocar um robô humanoide na Lua em 1000 dias.

O Projeto M - M é o algarismo romano para 1000 e a inicial de Lua em inglês (Moon) - ainda não tem aprovação oficial e nem há qualquer sinalização de que ele venha a ser executado em um futuro próximo.

Mas os engenheiros afirmam que já possuem virtualmente toda a tecnologia disponível e que será possível executar o Projeto M no prazo proposto, contando a partir da data de sua aprovação.

A base do projeto é o Robonauta, ou R2, cuja parte superior - ele ainda não tem pernas - será levado para a Estação Espacial Internacional a bordo do ônibus espacial Discovery, cujo lançamento está previsto para esta semana - veja Discovery levará robô astronauta para Estação Espacial.

Robô astronauta

Sem a necessidade de todo o aparato de suporte de vida exigido pelos astronautas, o robô humanoide poderia viajar em uma espaçonave extremamente simples, contendo o suficiente apenas para levar o próprio robô, que viajaria em um compartimento ao lado dos tanques de combustível.

A exemplo da recente proposta de uma viagem sem retorno para Marte, também não há planos para trazer o robô astronauta de volta, o que simplifica ainda mais o projeto.

Após desembarcar, o robô será descarregado de forma automática e caminhará sobre a superfície da Lua, deixando na Lua seu rastro robótico histórico.

E a ideia toda gira em torno do próprio fato, do seu valor simbólico e da propaganda gerada pelo feito para o programa espacial - "[...] a parte intangível da NASA, que é a sua capacidade de inspirar e instigar o orgulho nacional," afirma a proposta.

Sociedade tecnológica em crise

"O objetivo da missão é a inspiração," diz o documento que apresenta o Projeto M, destacando ainda a formação de uma equipe experiente na execução de projetos de exploração espacial e a demonstração de tecnologias para permitir a continuação da exploração humana além da órbita baixa da Terra, já "conquistada" pela Estação Espacial Internacional.

"Nós somos uma sociedade tecnológica que está ficando para trás na formação de engenheiros e cientistas. Nós sentimos que era nossa responsabilidade criar uma missão capaz de capturar as mentes e a imaginação dos jovens do país. A máquina nunca falha em impressionar os mais cínicos, em pôr um sorriso nos mais entediados, e instigar o maravilhamento em todos que interagem com ela. Um robô humanoide caminhando na Lua vai inspirar os alunos e demonstrar a nossa capacidade tecnológica."

Há pouco mais de três meses, um grupo de empresas japonesas ligadas ao setor aeroespacial havia anunciado a intenção de enviar um robô humanoide para a Lua pelos mesmos motivos, em um gesto simbólico que atrairia muito a atenção do público - veja Japoneses querem enviar robô humanoide para a Lua.

Ciência eventual

Os engenheiros da NASA afirmam que o robô humanoide poderia fazer mais do que deixar pegadas na Lua: ele poderia "andar sobre a superfície executando uma infinidade de tarefas, focadas em demonstrações de engenharia, como a manutenção e a construção; realizando 'ciência eventual' (isto é, utilizando os sensores existentes no robô ou pequenos instrumentos científicos) e experimentos simples idealizados por estudantes."

Mas por que um robô humanoide, com todas as complicações do projeto, se a NASA já possui uma grande experiência com robôs sobre rodas, que seriam capazes de fazer ciência de verdade?

Segundo os idealizadores do Projeto M, a razão principal para isso é que um robô antropomórfico pode usar as mesmas ferramentas e trabalhar no espaço do mesmo modo que um ser humano, eliminando a necessidade de desenvolver ferramentas especializadas.

Uma mão robótica tem muito mais versatilidade do que qualquer outro instrumento, tornando o robô capaz de executar tarefas e manipular objetos que não foram previstos no projeto da missão.

Treinamento do robô

Os engenheiros destacam que o fato de que o Robonauta está sendo desenvolvido para se tornar um operário aqui na Terra, o que significa que ele incorpora algumas tecnologias de segurança e características intrínsecas que o tornam seguro para trabalhar lado a lado com um ser humano, seja em uma fábrica, seja na Lua, ou em qualquer outra missão espacial futura.

Outra razão apontada pelos engenheiros é que um robô humanoide é mais fácil de ser treinado para executar qualquer tarefa. Por exemplo, um operador pode usar um conjunto de luvas mapeadas para equivaler às mãos do robô. O operador pode, então, executar a tarefa, enquanto o robô registra esses movimentos em sua memória.

A proposta está pronta. Agora resta esperar que a NASA avalie a proposta e decida ou não investir em sua execução. Se seus idealizadores estiverem certos, e o projeto puder mesmo ser executado em 1000 dias, há a possibilidade de que ele seja aprovado por um presidente em início de mandato, disposto a impressionar a opinião pública.

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