segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Nova vacina contra HIV atua sobre células imunológicas

Pesquisadores demonstraram uma abordagem inédita para a concepção de uma vacina contra o HIV que usa uma forma alterada do revestimento exterior do próprio HIV, o seu chamado envelope de proteínas.

A equipe demonstrou que é possível projetar envelopes protéicos do HIV que se ligam melhor a receptores celulares B imaturos, criando uma resposta imunológica otimizada.

As pesquisas foram feitas em primatas, o modelo animal tradicional para testes relacionados com o HIV.

Células B imaturas

As células B imaturas são alvos de vacinas e, quando fortemente alvejadas, elas produzem fortes respostas à vacina.

O trabalho da equipe da Universidade de Duke (EUA) concentrou-se em melhorar a capacidade do envelope do HIV para atingir as células B imaturas do sistema imunológico.

"Este é primeiro passo para uma nova forma de fazer vacinas contra o HIV: alvejar células do sistema imunológico imaturo para induzir uma linha de eventos que raramente ocorrem," explica Barton Haynes, um dos autores do estudo.

"Esta rota de pesquisa fornece evidências adicionais sobre o porquê de algumas das abordagens tradicionais anteriores para uma vacina contra o HIV não terem sido bem-sucedidas," completa.

Açúcares no envelope

Uma vacina geralmente usa uma parte do vírus (como uma parte de seu revestimento externo) ou uma forma inofensiva do vírus, para criar uma forte resposta imunológica contra aquele vírus.

Neste novo trabalho, pela primeira vez os pesquisadores construíram um envelope de HIV que tanto se liga melhor aos precursores de anticorpos, como também estimula uma melhor imunidade.

Os pesquisadores descobriram que os açúcares no envelope HIV natural impedem o envelope de se ligar aos receptores B imaturos que se pretende acionar com uma vacina.

Assim, as células B humanas e animais não conseguem produzir anticorpos contra os pontos vulneráveis do envelope do HIV quando se injeta um envelope HIV natural.

"Nós descobrimos que, quando você remove os açúcares das proteínas do envelope, você pode criar um envelope que tem como alvo aqueles receptores celulares B imaturos," disse Haynes.

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