terça-feira, 4 de outubro de 2011

Manto da invisibilidade funciona com efeito miragem

Cientistas criaram um manto da invisibilidade que foge completamente ao padrão usado até agora para esconder coisas.

Em vez de usar os já tradicionais metamateriais, o grupo do professor Ray Baughman, da Universidade do Texas, tirou proveito do conhecido efeito miragem.

O efeito miragem é observado não apenas em desertos, mas também sobre o asfalto em dias muito quentes.

Esse fenômeno óptico ocorre porque o ar próximo ao solo fica mais quente do que o ar logo acima, criando uma interface que faz com que os raios de luz curvem-se.

Assim, em vez de simplesmente atingir o asfalto, os raios de luz viram e levam a imagem do céu até os olhos do observador, criando a ilusão de que o asfalto está molhado.

Tecido de nanotubos de carbono

Os pesquisadores usaram uma espécie de tecido feito com nanotubos de carbono - na verdade trata-se de um aerogel de nanotubos.

Apesar de terem a mesma densidade do ar, os nanotubos são fortes como o aço e excelentes condutores de calor.

Aplicando uma tensão à folha de nanotubos, os cientistas fazem com que ela se aqueça a temperaturas muito altas.

Ao transferir o calor para o ambiente à sua volta, cria-se um gradiente de temperatura muito íngreme no ar ao redor.

Exatamente como na miragem do asfalto, esse gradiente de temperatura faz com que os raios de luz curvem-se para longe do objeto a ser escondido - que fica por detrás da folha de nanotubos - tornando-o invisível.

Invisibilidade controlável

Sendo acionado por eletricidade, o novo manto da invisibilidade tem, além da maior simplicidade, a vantagem de poder ser ligado e desligado ao toque de um interruptor.

Quando a camuflagem é ligada, gera-se a invisibilidade por meio de um efeito conhecido como deflexão fototermal, ou efeito miragem de feixe único.

"Usando essas folhas de nanotubos, a camuflagem pode ser feita ao longo de todo o espectro óptico (visível) e ligada e desligada à vontade, usando aquecimento elétrico ou pulsos de radiação eletromagnética," diz o Dr. Ali Aliev, responsável pelos experimentos.

Para ele, o experimento mostra a possibilidade de uso das folhas de nanotubos como projetores termoacústicos e em sonares, com o som sendo produzido pelo aquecimento provocado por uma corrente alternada.

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