terça-feira, 18 de outubro de 2011

Freio wireless para bicicleta: vêm aí ABS e EBD

Um engenheiro alemão construiu um freio wireless para bicicletas que não é apenas extremamente eficiente, mas também virtualmente à prova de falhas.

Enquanto o conceito de "drive-by-wire" é antigo quando se trata de automóveis - quando os cabos de acionamento são substituídos por fios - a ideia é mais recente no caso das bicicletas.

Mas o professor Holger Hermanns, da Universidade de Saarland, achou que já dava para eliminar também os fios, e resolveu criar o freio wireless - portanto, uma geração à frente do drive-by-wire.

Segurança máxima

Para isso, além do desafio técnico de construir o próprio freio, ele teve que se preocupar com uma questão fundamental: a segurança.

Usando sistemas de controle eletrônico e replicando os circuitos, o pesquisador afirma ter atingido um nível de segurança de 99,999999999997%.

Com tantos noves, é muitíssimo mais fácil ser atingido por um meteorito do que sofrer um acidente com a magrela por uma falha nos freios - em cada 1 trilhão de brecadas, haverá três falhas.

"Não é perfeito, mas é aceitável," diz o engenheiro.

No freio wireless não há nem mesmo uma alavanca de freio: tudo o que ciclista precisa fazer é apertar a manopla de borracha que recobre o guidão.

Sensores de pressão embutidos no plástico detectam a pressão e enviam o sinal - quanto maior é a pressão, mais forte será a brecada.

ABS para bicicletas

Para não haver falhas, os transmissores da rede sem fios são replicados, garantindo que o sinal chegue ao sistema de frenagem propriamente dito mesmo se houver erros de transmissão na rede.

Se tudo funcionar bem, o freio é acionado em 250 milissegundos.

Esse tempo de acionamento significa que o ciclista que estiver a uma velocidade de 30 km/h conseguirá parar em dois metros.

Mas os engenheiros não ficaram satisfeitos, e agora vão criar um freio ABS para bicicletas.

"Não é difícil integrar um sistema anti-travamento dos freios e um controle de tração. Vai precisar apenas de alguns ajustes," garante Hermanns.

Sistemas mais complexos

As redes sem fio nunca são um método à prova de falhas. Mas é necessário reduzir ao máximo as ocorrências para que esses sistemas possam equipar equipamentos maiores, como carros e trens, como se espera que ocorra em um futuro próximo.

Por isto o Dr. Hermanns decidiu começar com a bicicleta, que pode ser testada com riscos reduzidos.

Segundo ele, o mais importante do trabalho são os modelos matemáticos e os algoritmos que ele e sua equipe desenvolveram, que monitoram continuamente o funcionamento de cada componente individual do freio, assim como sua interação.

Esses algoritmos poderão ser usados em sistemas maiores e mais complexos.

"O freio wireless de bicicleta nos fornece o brinquedinho necessário para otimizar essas técnicas para que eles operem em sistemas muito mais complexos," afirma ele.

Tecnologias para bicicletas

Não é a primeira vez que engenheiros incorporam tecnologias estado-da-arte nas bicicletas:

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