Embora nenhum dispositivo médico seja 100% seguro, há uma taxa extraordinariamente elevada de complicações atribuídas a esses implantes de silicone - entre 20 e 30%.
Além das cirurgias estéticas, cerca de 75% das mulheres mastectomizadas optam pela reconstrução dos seios. E o único material disponível hoje é a borracha de silicone.
Preocupada com isto, a Dra. Judit Puskas, da Universidade de Akron (EUA), decidiu buscar na nanotecnologia uma nova esperança para essas mulheres.
Nanotecnologia amiga do peito
A Dra. Judit rastreou toda a literatura científica em busca de inovações na criação de novos materiais que está sendo conduzida pela nanotecnologia.
Seu foco foi em materiais biologicamente compatíveis, passíveis de serem pesquisados com vistas à substituição dos implantes de silicone.
A nanotecnologia desenvolve novos materiais "de baixo para cima", ou seja, a partir de seus constituintes moleculares.
Esses materiais têm propriedades e características diferentes dos chamados "materiais brutos", sintetizados em larga escala, sem atuação direta nas partículas que os formam.
Reduzindo o tamanho dessas partículas, ou seja, dos elementos fundamentais que constituem os materiais, é possível obter propriedades não encontradas em materiais já conhecidos.
Materiais ativos
Com base no conhecimento gerado por outras áreas, a Dra. Judit e seus colegas estão agora desenvolvendo um novo material nanoestruturado que poderá ser uma alternativa mais segura do que o silicone, minimizando as complicações.
Trata-se de um elastômero termoplástico reforçado com nanopartículas de carbono, embora a composição final ainda não esteja definida.
O novo material, segundo o grupo, será capaz de liberar medicamentos localmente, de forma a melhorar a eficácia dos implantes e reduzir o risco de complicações, além de poderem eventualmente ser utilizados para liberar drogas durante os tratamentos quimioterápicos.
"Nós esperamos que esta pesquisa contribua para um melhor entendimento dessa questão tão controversa, e motive os cientistas dos materiais e os médicos a trabalharem juntos para desenvolver alternativas baseadas nas novas nanotecnologias para as mulheres que optam por dispositivos feitos de materiais sintéticos," conclui a pesquisadora.
Fonte: Amy Molnar
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