Cientistas criaram uma interface neural não-invasiva que permite que os usuários controlem um helicóptero virtual usando apenas suas mentes.
A interface cérebro-computador é um aprimoramento de um exame de eletroencefalografia que usa eletrodos fixados em uma touca flexível.
O grande avanço em relação aos experimentos anteriores do mesmo tipo é que os usuários pilotam seu helicóptero em um espaço tridimensional livre.
Esta é uma tarefa bem mais complexa do que pegar um objeto usando um braço robótico, por exemplo, porque toda a cena, que é acompanhada pelo usuário na tela de um computador, está em contínuo movimento.
Interface neural não-invasiva
Vários trabalhos anteriores nesta área exigiam tratamentos invasivos para medir a atividade intracraniana. Mas esta nova abordagem usa apenas uma touca flexível, não exigindo nem mesmo que o usuário raspe os cabelos.
A interface neural monitora ondas específicas do cérebro, conhecidas como ritmo sensório-motor, que por sua vez podem ser caracterizadas e calibradas para controlar os movimentos do helicóptero na tela.
Os sinais do eletroencefalograma são filtrados temporal e espacialmente para produzir os componentes individuais do movimento 3D.
Estes componentes são ponderados e digitalizados de forma a gerar uma saída que controla o helicóptero virtual.
Controle mental do mundo virtual
Simplesmente pensando na direção que deseja seguir, o usuário navega continuamente e com muita precisão - a meta é passar em três círculos que surgem em diferentes posições e diferentes altitudes no ambiente virtual.
A tarefa exigia que os usuários pilotassem seu helicóptero virtual através dos anéis, posicionados aleatoriamente no espaço tridimensional.
A meta foi alcançada com sucesso de 85% das vezes.
"Este trabalho demonstra, pela primeira vez, que se pode realizar um controle tridimensional, contínuo e em tempo real, de um objeto voador em um mundo virtual," disse o Dr. Bin He, da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, coordenador do trabalho.
Embora as aplicações em entretenimento sejam óbvias, o Dr. He está mais interessado em criar uma interface neural que permita que pessoas parcial ou totalmente paralisadas controlem próteses e até robôs assistentes.
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