segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Terapia genética é aplicada em célula sem usar agulha

Pesquisadores descobriram uma forma de injetar uma dose precisa de uma terapia genética diretamente no interior de uma célula viva sem precisar usar uma agulha.

Os cientistas injetaram uma dose de um gene anti-câncer no interior de células de leucemia sem matá-las na operação, o que permitirá estudos mais detalhados dos efeitos dos candidatos a medicamentos.

James Lee e seus colegas da Universidade do Estado de Ohio (EUA) batizaram o método de eletroporação por nanocanal, ou NEP (Nanochannel ElectroPoration).

Entre a cura e a intoxicação

A nova técnica de injeção sem agulhas usa eletricidade para "disparar" frações minúsculas das biomoléculas através de um canal até o interior da célula, tudo em uma fração de segundo.

"A NEP nos permite estudar como as drogas e outras biomoléculas afetam a biologia celular e as rotas genéticas em um nível que não pode ser alcançado com nenhuma outra tecnologia", diz o Dr. Lee.

As células humanas são muito pequenas, e mesmo as menores nanoagulhas são incapazes de perfurá-las sem causar grandes danos e, frequentemente, matá-las.

Por outro lado, outras técnicas disponíveis não permitem a injeção de quantidades precisas de cada biomolécula no interior celular - e a diferença entre a cura e a intoxicação pode estar na dose.

Célula suspensa

A nova técnica resolve o problema suspendendo a célula no interior de um dispositivo eletrônico, nas proximidades de um reservatório com o agente terapêutico que se deseja testar.

Pulsos elétricos empurram o agente através de um microcanal, similar ao usado nos biochips, por onde passam apenas quantidades infinitamente pequenas, e precisamente controladas, do líquido.

A dose a ser aplicada é controlada alterando o diâmetro do microcanal e a quantidade de pulsos elétricos que aceleram o líquido até que ele entre na célula - a célula absorve o líquido em questão de milissegundos.

"Nós esperamos que esta técnica possa se tornar uma ferramenta para a detecção precoce e o tratamento do câncer - por exemplo, inserindo quantidades precisas de genes ou proteínas em células-tronco ou células do sistema imunológico para guiar sua diferenciação," afirmou o pesquisador.

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