Os cientistas injetaram uma dose de um gene anti-câncer no interior de células de leucemia sem matá-las na operação, o que permitirá estudos mais detalhados dos efeitos dos candidatos a medicamentos.
James Lee e seus colegas da Universidade do Estado de Ohio (EUA) batizaram o método de eletroporação por nanocanal, ou NEP (Nanochannel ElectroPoration).
Entre a cura e a intoxicação
A nova técnica de injeção sem agulhas usa eletricidade para "disparar" frações minúsculas das biomoléculas através de um canal até o interior da célula, tudo em uma fração de segundo.
"A NEP nos permite estudar como as drogas e outras biomoléculas afetam a biologia celular e as rotas genéticas em um nível que não pode ser alcançado com nenhuma outra tecnologia", diz o Dr. Lee.
As células humanas são muito pequenas, e mesmo as menores nanoagulhas são incapazes de perfurá-las sem causar grandes danos e, frequentemente, matá-las.
Por outro lado, outras técnicas disponíveis não permitem a injeção de quantidades precisas de cada biomolécula no interior celular - e a diferença entre a cura e a intoxicação pode estar na dose.
Célula suspensa
A nova técnica resolve o problema suspendendo a célula no interior de um dispositivo eletrônico, nas proximidades de um reservatório com o agente terapêutico que se deseja testar.
Pulsos elétricos empurram o agente através de um microcanal, similar ao usado nos biochips, por onde passam apenas quantidades infinitamente pequenas, e precisamente controladas, do líquido.
A dose a ser aplicada é controlada alterando o diâmetro do microcanal e a quantidade de pulsos elétricos que aceleram o líquido até que ele entre na célula - a célula absorve o líquido em questão de milissegundos.
"Nós esperamos que esta técnica possa se tornar uma ferramenta para a detecção precoce e o tratamento do câncer - por exemplo, inserindo quantidades precisas de genes ou proteínas em células-tronco ou células do sistema imunológico para guiar sua diferenciação," afirmou o pesquisador.
Fonte: Redação do Diário da Saúde
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