Isto significa que poderá ser possível oferecer a medicação, a preços razoáveis, para todos os 225 milhões de pacientes que sofrem de malária em todo o mundo.
Pesquisadores alemães desenvolveram um processo muito simples, com uma única etapa, para a síntese da artemisinina, o ingrediente ativo que até agora só podia ser obtido das plantas.
Artemisinina
A descoberta da artemisinina é um verdadeiro épico, digno de um roteiro de cinema, e deveu-se à abnegação de uma cientista chinesa, que encontrou a receita em um livro de plantas medicinais com mais de 1.600 anos de idade.
A modesta mulher que venceu a malária
Até hoje, a artemisinina é o medicamento mais eficaz contra a malária, e continua sendo extraído da planta Artemisia annua, ou Qinghaosu.
Agora a história tem mais um capítulo, graças ao auxílio do oxigênio e da luz.
Biotecnologia
Ressaltando a importância da planta medicinal, Peter Seeberger e François Lévesque partiram de um subproduto do atual processo de extração da artemisinina de sua planta original.
A vantagem é que este subproduto - o ácido artemisínico - pode ser fabricado biotecnologicamente usando leveduras.
A partir daí, em uma única etapa, os cientistas produzem o princípio ativo do medicamento contra a malária.
Já existiam outras técnicas para fazer isso, mas envolvendo tantas etapas e tantos insumos que o produto final era mais caro do que a artemisinina natural.
Fotoquímica
Os pesquisadores usaram a fotoquímica - reações químicas induzidas pela luz - para ativar um grupo químico muito reativo do ácido artemisínico, formado por átomos de oxigênio - um endoperóxido.
Para que a reação fotoquímica ocorra em todo o material, em larga escala, os pesquisadores construíram um aparato no qual a luz fica no centro de um tubo, por onde corre a mistura a reagir.
Assim, a luz atinge todo o material que está fluindo à sua volta, permitindo a fabricação da artemisinina sintética em escala industrial.
Segundo os cientistas, o composto produzido poderá ser usado não apenas contra a malária, mas também contra outras infecções e até contra o câncer de mama.
A pesquisa foi financiada pela Fundação Clinton.
Fonte: Peter Seeberger
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