segunda-feira, 29 de junho de 2009

Parasita que afeta piscinas e parques aquáticos assusta nos EUA

Uma piscina pode trazer alívio ao calor do verão, mas os nadadores precisam saber no que estão mergulhando. Pode ser uma sopa de terríveis parasitas. Relatos de doenças gastrointestinais causadas pelo uso de piscinas públicas e parques aquáticos aumentaram drasticamente nos últimos anos, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, órgão governamental americano. O principal culpado é um organismo microscópico que vive nas fezes humanas.

Conhecido como Cryptosporidium, esse parasita pode sobreviver por até dez dias, inclusive em água clorada. Em 2007, o último ano em que há estatísticas disponíveis, ele foi responsável por 31 epidemias de águas recreativas e envolveu 3.726 pessoas, de acordo com o centro de doenças – um aumento em relação a sete epidemias e 567 pessoas infectadas em 2004.

Funcionários da saúde pública dizem que os motivos são incertos. “Não temos certeza se é um aumento real na incidência ou apenas no número de casos relatados”, disse Michele C. Hlavsa, epidemiologista que trabalha junto ao programa de natação saudável do centro de controle de doenças.

Hlavsa apontou que a detecção e os relatos provavelmente aumentaram desde que um tratamento para a doença – que causa diarreia e é chamada de criptosporidíase, ou cripto para facilitar – foi disponibilizado, em 2002. As grandes epidemias recentes, segundo ela, aumentaram o conhecimento e levaram a mais casos relatados. Funcionários da saúde não estão recomendando que as pessoas evitem as piscinas públicas. “Queremos que as pessoas nadem, mas de forma saudável”, disse a Dra. Sharon Balter, epidemiologista do Departamento de Saúde e Higiene Mental de Nova York, cidade que ainda não sofre nenhuma epidemia.

Fezes
A critpo, e outras doenças relacionadas a piscinas, são basicamente causadas por parasitas e bactérias encontradas nas fezes. As doenças se espalham quando as pessoas ingerem água contaminada. As pessoas não devem nadar, ou permitir que seus filhos nadem, quando estão com diarreia, disse Hlavsa. “A água em que você nada é compartilhada com todos”, disse. “Assim, o que um nadador faz tem consequências para todos os outros."

Os sintomas da cripto lembram os de uma intoxicação alimentar. Embora a maioria dos casos desapareça sozinha, a doença pode levar a hospitalização, especialmente em crianças pequenas e pessoas com o sistema imunológico enfraquecido. Uma das maiores epidemias recentes de cripto ocorreu no estado americano de Utah, em 2007. Foram dois mil casos confirmados, mas esse número subestima imensamente o impacto total da doença, disse o Dr. Robert T. Rolfs, epidemiologista do estado.

Os casos começaram no início do verão. Porém, a lenta detecção e os poucos relatos atrasaram a intervenção dos funcionários da saúde pública, que lutaram para conter a doença. Múltiplas ondas de estratégias de controle, incluindo a proibição temporária de todas as crianças abaixo dos cinco anos em piscinas, eventualmente ajudaram a desacelerar a epidemia – que se acalmou após a estação de nado, explicou Rolfs.

Ele e outros funcionários de saúde dizem que os nadadores podem tomar medidas para se proteger. A água em piscinas não deve ser turva, os azulejos não devem estar escorregadios e as máquinas de filtragem devem estar sempre zunindo ao fundo. Quando em dúvida sobre a qualidade da água, as pessoas devem notificar o operador da piscina e, se necessário, chamar o departamento de saúde local, que é naturalmente responsável pela inspeção de piscinas e imposição do código de saúde, disse Hlavsa.

Além de não nadar quando estiverem com diarreia, peritos dizem que as pessoas devem tomar uma ducha antes de nadar e nunca usar a piscina como banheiro. Os pais devem lavar suas crianças antes que elas entrem na água e levá-las ao banheiro com uma boa frequência. Crianças usando fraldas exigem atenção constante. “A natação saudável”, conclui Hlavsa, “não acontece por acidente”.

Fonte: G1

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