terça-feira, 2 de março de 2010

Cientistas descobrem cura para osteoporose

Uma equipe internacional, liderada por cientistas do Centro Médico da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, foi capaz de curar a osteoporose em camundongos e ratos com uma dose diária de um composto experimental que inibe a síntese da serotonina no intestino.

Pesquisas recentes já haviam demonstrado que a serotonina no intestino retarda o desenvolvimento ósseo. Esta última descoberta pode levar a novas terapias que gerem um novo osso. Os medicamentos atuais contra a osteoporose só atuam para tentar evitar o colapso do osso velho.

Os resultados da pesquisa foram publicados no último exemplar da revista Nature Medicine.

Papel desconhecido da serotonina

A pesquisa agora publicada é uma sequência de outra grande descoberta feita pelo mesmo grupo em 2008 (e publicado na revista Cell) de que a serotonina liberada pelo intestino inibe a formação óssea, e que a regulação da produção de serotonina no intestino afeta a formação óssea.

Antes dessa descoberta, a serotonina era conhecida principalmente como um neurotransmissor que age no cérebro. No entanto, 95% de serotonina do corpo é encontrada no intestino, onde a sua principal função é inibir a formação óssea.

Com base nessa descoberta anterior, os cientistas postularam que um inibidor da síntese da serotonina no intestino seria um tratamento eficaz contra a osteoporose. Eles agora confirmaram sua hipótese em animais de laboratório.

"Novas terapias que inibam a produção da serotonina no intestino têm o potencial para se tornar uma nova classe de drogas para serem adicionadas ao arsenal terapêutico contra a osteoporose", disse Gerard Karsenty, um dos autores do estudo.

O que é osteoporose

A osteoporose é uma doença na qual os ossos se tornam frágeis e porosos, aumentando o risco de quebras. A doença é diagnosticada quando a massa óssea cai abaixo de um certo nível.

A osteoporose é uma preocupação cada vez maior dos profissionais da área de saúde porque ela afeta dezenas de milhões de pessoas no mundo inteiro, o que deverá aumentar com a elevação da expectativa de vida da população.

A preocupação é ainda maior com relação às mulheres, por causa do aumento da incidência da osteoporose pós-menopáusica.

Renovação dos ossos

Os ossos não são inertes, eles experimentam uma renovação constante, com algumas células responsáveis pela remoção de material antigo e outras células responsáveis pela criação de um novo osso.

Nos humanos, a formação óssea atinge seu pico por volta dos 20 anos de idade, a partir de quando a massa óssea começa a declinar. A taxa de declínio para as mulheres aumenta após a menopausa, quando a queda de níveis de estrogênio e as células que eliminam as partes velhas dos ossos se tornam hiperativas.

"Há uma necessidade urgente de novos tratamentos que não só parem a perda óssea, mas também que construam um novo osso", diz Karsenty. "Usando estes resultados, estamos trabalhando duro para desenvolver este tipo de tratamento para pacientes humanos".

O próximo passo é testar o novo composto em humanos.

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