terça-feira, 18 de agosto de 2009

NASA testa escudo inflável de reentrada na atmosfera

A NASA testou hoje, com sucesso, um escudo inflável para proteger espaçonaves e sondas espaciais do aquecimento produzido pelo atrito durante a reentrada na atmosfera.

Até hoje, os escudos de reentrada são fabricados na forma de uma camada de material isolante construída na superfície externa das naves, fazendo parte integral de sua construção. Esta é a primeira vez que é testado um escudo independente, que não faz parte do corpo da nave.

Guarda-chuva espacial

O escudo, chamado IRVE (Inflatable Re-entry Vehicle Experiment: veículo experimental de reentrada inflável), subiu a bordo de um foguete Black Brant 9, na forma de um pacote cilíndrico de 42 centímetros de diâmetro e 1,58 metro de comprimento, selado a vácuo.

No interior do pacote cilíndrico, o escudo fica guardado como se fosse um guarda-chuva, que se abre para a frente. O equivalente ao cabo do guarda-chuva é o compartimento onde ficam armazenados os circuitos eletrônicos para monitoramento da reentrada e coleta de dados, incumbidos de coletar os dados que revelam se a proteção térmica de fato funcionou.

Além dos circuitos eletrônicos, o IRVE conta com seis câmeras de vídeo, dispostas de forma circular. Cada câmera tem um ângulo de visão de 72 graus. No conjunto, elas captaram as imagens de todo o processo de enchimento do escudo.

Teste do escudo inflável

O foguete levou cerca de quatro minutos para atingir uma altitude de 210 quilômetros, quando o escudo inflável foi liberado. Menos de um minuto mais tarde, o IRVE liberou-se de seu invólucro e começou a se inflar a partir de uma altitude de 198,4 quilômetros, exatamente como previsto.

O escudo inflável atingiu sua dimensão final, de três metros de diâmetro, em 90 segundos, depois de ser enchido automaticamente com o nitrogênio armazenado em um pequeno tanque sob pressão.

Testes mais quentes

A NASA espera utilizar o conceito de escudos de reentrada infláveis não apenas na Terra, mas também para ajudar a proteger sondas espaciais que deverão pousar em outros planetas.

"Foi um grande sucesso," disse Mary Beth Wusk, coordenadora do projeto. "O IRVE é uma demonstração em pequena escala. Agora que nós comprovamos o funcionamento do conceito, queremos construir aeroescudos mais avançados, capazes de lidar com taxas de aquecimento mais altas."

Como partiu de um estado de inércia, a partir do apogeu do foguete, o IRVE sofreu apenas a aceleração da gravidade. Naves ou sondas espaciais que se aproximem da Terra ou de outros planetas, chegam a uma velocidade muito maior, o que aumenta também o calor gerado em sua reentrada, exigindo escudos de proteção mais eficientes.

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