A tecnologia consiste em transferir material genético do núcleo de um óvulo para outro (cujo núcleo foi previamente removido) deixando para trás o DNA mitocondrial da célula de origem – e com ele todas as mutações que desembocam em doenças como diabetes tipo 2. O “óvulo oco”, evidentemente, tem mitocôndrias saudáveis.
(Ao menos 1 em cada 200 nascimentos apresentam uma mutação mitocondrial potencialmente patogênica.)
Os óvulos foram então fertilizados com esperma (pais não passam mitocôndrias adiante) e implantados em macacas que produziram 4 crias. Detalhe: as crias ficaram com DNA distintos, o do núcleo e o da mitocôndria, um de cada mamãe.
Por isso mesmo, e como não poderia deixar de ser, o procedimento suscita debates éticos. Além de importantes pendências de segurança que precisa superar (os DNA’s do núcleo e o mitocondrial, sendo de origens distintas, podem não ser compatíveis), a técnica altera o DNA herdado pelas futuras gerações, o que certamente dá pano para manga de infindáveis polêmicas.
O autor do estudo, Shoukhrat Mitalipov, do Oregon National Primate Research Center, nos EUA, avalia que o procedimento poderá ser testado em humanos, se tudo correr bem, em dois anos. No anúncio do experimento, o site da revista especializada “Nature” qualifica o feito como “um aprimoramento crucial das técnicas de transferência de DNA existentes”.
Fonte: G1
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