Bogk conseguiu demonstrar que as urnas criam emanações eletromagnéticas que podem ser capturadas a vários metros de distância, por uma antena. Durante a apresentação, o pesquisador transformou a captura em sinais de áudio, para provar que havia algo sendo emanado pela urna.
Embora isso prove que as urnas emitam sinais, ainda é preciso 'ler' a emanação eletromagnética, ou seja, relacionar os sinais com aquilo que é digitado ou exibido na máquina. Se isso for possível, qualquer voto poderia ser capturado. Em outubro do ano passado, suíços demonstraram essa façanha com teclados convencionais, cabeados, mesmo a 20 metros de distância.
Entre outros países, as urnas eletrônicas Nedap são usadas na Holanda e também na Alemanha, mas seu uso foi proibido neste último pelos tribunais alemães. O CCC pretende, com a apresentação de Bogk, desafiar o órgão governamental alemão responsável pela aprovação das máquinas, que não questionou a segurança das urnas contra ataques desse tipo.
Ataques TEMPEST são conhecidos publicamente desde 1985, quando o pesquisador Wim van Eck descreveu a possibilidade de capturar as imagens de monitores de tubo (CRT) a vários metros de distância. Agências de inteligência já o conheciam antes. Eles têm como base a captura e o processamento de emanações eletromagnéticas, emitidas até mesmo por dispositivos cabeados como monitores.
A pesquisa foi realizada com uma urna não utilizada no Brasil; por aqui, testes de segurança devem ocorrer no ano que vem, segundo o próprio TSE.
Fonte: Altieres Rohr
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