Uma publicação inédita divulgada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), aponta para o crescimento do setor de software e serviços de Tecnologia da Informação (TI) no Brasil.
O estudo mostra que o número de empresas da área no país cresceu 4,9% ao ano no período de 2003 a 2006. Em 2007, foram contabilizadas 67 mil empresas e a estimativa é alcançar a marca de 70 mil em 2010.
O levantamento adota uma metodologia inovadora e compatível com indicadores internacionalmente aceitos, o que simplifica o cruzamento de dados com institutos de pesquisa e organismos oficiais, tanto do Brasil como do exterior. O estudo faz ainda importantes projeções de cenários para os próximos anos.
Radiografia do setor de software no Brasil
Os dados estão no primeiro volume do estudo Software e Serviços de TI: A Indústria Brasileira em Perspectiva, divulgado pela Softex.
A publicação traz 15 capítulos com números e análises que traçam uma radiografia do setor.
O ministro Sérgio Rezende ressaltou a importância do trabalho para alavancar o setor dizendo que "é importante ter dados para refletir sobre eles e direcionar políticas públicas e instrumentos. Esse é um setor onde mais se produz conhecimento e que finalmente passa a ter consistência".
Empregados disfarçados
A maior parte das empresas que compõem a Indústria Brasileira de Software e Serviços de TI (IBSS) está na região Sudeste e é de pequeno porte. Em 2005, 83,9% do total tinham até quatro pessoas ocupadas. Dois anos depois, a participação desse conjunto continuou elevada, 84,3%.
Um dos motivos alegados pelos pesquisadores para esse comportamento é a utilização de pessoa jurídica como alternativa à contratação. Apesar desta constatação, o número de empresas com 20 ou mais pessoas ocupadas cresce a taxas elevadas, acima de 15% ao ano.
Na avaliação do secretário Augusto Gadelha, da Sepin, esse cenário é positivo. "Se por acaso esse trabalho de informática for contratado pelas grandes empresas e órgãos, há a possibilidade de um crescimento enorme dessa indústria no País. Essa é a tendência mundial. Os Estados Unidos contratam empresas indianas para serviços de tecnologia da informação".
Outro dado destacado no estudo é o aumento do contingente de pessoas ocupadas, com crescimento de 12,6% ao ano. Em 2007, a indústria contava com 410 mil trabalhadores. O Observatório Softex estima um total de atuação de 600 mil profissionais na área em 2010.
Carência profissional
O setor de TI sofre com carência de pessoal especializado, segundo o levantamento. O nível de educação formal dos profissionais é elevado. Entre as empresas filiadas ao Sistema Softex e a entidades parceiras, quase 75% deles, incluindo assalariados, terceirizados ou sócios têm nível superior (57,1%) ou pós-graduação (16,7%).
O alto grau de exigência de pessoas capacitadas para trabalhar na área pode explicar a dificuldade em encontrar profissionais qualificados. Do total das empresas entrevistadas, 86% estão com vagas em aberto para na área de desenvolvimento de programas. A maioria também classificou a formação do profissional de TI disponível no mercado como "ruim" ou "razoável".
A carência de trabalhadores é uma das principais preocupações na avaliação do presidente da Softex, Waldemar Borges. "Os dados vieram no sentido do que se imaginava. A questão da capacitação de recursos humanos é central e preocupante dentro do setor. Agora vamos poder acompanhar isso com metodologia e dados precisos", concluiu.
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