O estudo indica que é preciso olhar além dos fatores de risco modernos para compreender adequadamente as doenças do coração.
Os pesquisadores identificaram a formação de arteriosclerose em múmias com cerca de 3,5 mil anos. O endurecimento da parede arterial, causada pelo depósito de gordura, cálcio ou outras substâncias na parede das artérias, pode provovar infarto ou derrame.
Coração das múmias
O grupo usou tomografia computadorizada para examinar em raio X 20 múmias do Museu de Antiguidades Egípcias, no Cairo. As múmias datam de 1981 a.C. a 364 d.C.
Os cientistas encontraram evidência de vasos sanguíneos e de tecido do coração em 13 múmias. Em quatro, o coração estava intacto. O grupo confirmou em três delas sinais inequívocos de arteriosclerose, com outras três consideradas como prováveis portadoras de endurecimento arterial.
Segundo o estudo, a calcificação se mostrou significativamente mais comum em múmias de indivíduos que morreram com idade estimada de 45 anos ou mais. Não foi verificada diferenças no endurecimento nas artérias entre homens e mulheres.
Problema moderno e antigo
Da múmias analisadas, a mais antiga com arteriosclerose morreu entre 1570 a.C. e 1530 a.C. De acordo com o grupo, o trabalho é novo indicador de que a doença não é exclusiva do homem moderno, uma vez que se fazia presente há mais de 3 mil anos.
O estudo foi apresentado em reunião da American Heart Association nesta terça-feira (17/11), em Orlando, nos Estados Unidos, por Randall Thompson, professor de medicina do Mid America Heart Institute. Um artigo sobre a pesquisa será publicado na edição desta quarta-feira (18/11) do Journal of the American Medical Association (JAMA).
Fonte: Agência Fapesp
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