Uma cidade sem carros, sem ônibus e sem caminhões, onde todas as fontes de emissão de fumaça e micropartículas poluidoras foram banidas para o subsolo. E onde as avenidas e parques foram transformados em oásis de recreação e lazer para seus cidadãos.
Esta é a visão do projeto Tunconstruct - Technology Innovation in Underground Construction: Inovação Tecnológica na Construção Subterrânea.
São 41 parceiros de 11 países europeus que estão reunindo novas ideias e demonstrando os primeiros protótipos já em nível de viabilidade técnica para tentar varrer para as profundezas do subsolo a parte mais suja e poluidora das cidades.
Planejamento de obras
Depois de quatro anos de pesquisas, coordenadas por engenheiros da Universidade de Graz, na Alemanha, foram desenvolvidas várias novas ferramentas para o planejamento de obras subterrâneas.
Entre essas ferramentas estão um novo programa de simulação da construção de túneis, novos conceitos em equipamentos de perfuração e um sistema para o monitoramento da fase de construção dos túneis utilizando cabos de fibras ópticas.
O principal objetivo do projeto foi encontrar formas "para economizar tempo e dinheiro na construção subterrânea e, ao mesmo tempo, minimizar os riscos na fase de construção, aumentando a qualidade de vida dos cidadãos durante e depois das obras," descreve o coordenador do projeto Tunconstruct, Gernot Beer.
Realidade virtual e robótica
O simulador de construção de túneis é um sistema completo de realidade virtual onde podem ser avaliadas com antecipação todas as etapas da construção dos túneis, incluindo as dificuldades técnicas e as exigências dos equipamentos, permitindo a adoção de medidas de segurança para evitar qualquer transtorno para as construções na superfície.
Durante a construção, um sistema inovador baseado em sensores de fibras ópticas mede as mínimas movimentações da terra, acima e abaixo do túnel, garantindo que a obra está caminhando conforme previsto. Qualquer alteração geológica que possa interferir na obra é imediatamente detectada.
Depois da finalização da obra, a manutenção do túnel será feita principalmente por robôs, evitando que o túnel precise ser fechado ao tráfego por longos períodos, devido às necessidades de segurança dos trabalhadores humanos.
Passando a bola
A etapa seguinte, vislumbrada pelo projeto - de cidades que aproveitam melhor os túneis para a criação de sistemas de transportes mais eficientes, sobretudo elétricos - dependerá das autoridades de cada país. Se tomarem decisões nesse sentido, as administrações agora poderão contar com as novas ferramentas, que prometem construções mais eficientes, mais baratas e mais rápidas.
O projeto consumiu recursos de 26 milhões de euros, ao longo de quatro anos de pesquisas. Os resultados de aplicação mais imediata já foram repassados a indústrias fabricantes de equipamentos de construção, o que deverá resultar em equipamentos de perfuração mais eficientes e com maior nível de automação.
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