quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

PayPal abrirá loja de aplicativos para desenvolvedores

O PayPal vai abrir ainda este ano uma loja de aplicativos onde desenvolvedores poderão oferecer seus softwares, num passo estratégico para aprofundar seu relacionamento com programadores externos.

Os desenvolvedores terão uma grande oportunidade de oferecer aplicações para lojistas e consumidores nos quais o PayPal não tem interesse ou para os quais não conta com recursos para construí-los por conta própria, disse um representante da empresa nesta quarta-feira (24/2).

"Pode ser uma aplicação de pedido para uma loja, ou uma aplicação de 'barganhas do dia' para consumidores", disse o vice-presidente da unidade de plataforma de negócios e tecnologias emergentes da PayPal, Osama Bedler.

No ano passado, o eBay fez algo parecido, convertendo sua suíte Selling Manager de ferramentas de comércio em um repositório aberto e loja virtual para aplicações desenvolvidas externamente.

O plano de abrir a loja de aplicativos é o passo mais recentes da agressiva estratégia da Paypal de atrair os desenvolvedores externos, depois que a empresa decidiu abrir sua plataforma de pagamentos no ano passado.

"Nós damos forte ênfase à interação com desenvolvedores. Eles são nossos clientes, assim como os consumidores e os comerciantes", disse Bedier, em entrevista.

Bedier estava em Miami (EUA) para encontrar com desenvolvedores na conferência Future of Web Apps (FOWA). Ele disse que o PayPal vai comparecer a mais de 110 eventos para desenvolvedores este ano.

"Eu quero que os desenvolvedores pensem primeiro no PayPal sempre que ouvirem a palavra 'pagamentos' e eu quero descobrir o que é preciso para conseguir isso. Nós faremos isso. Nós vamos inovar e experimentar em benefício deles, e ouvir o que eles têm a dizer", completou.

Expansão
Por anos, o PayPal estava satisfeito em permitir a ligação de sites externos da web a seu sistema de pagamentos, para liquidação de compras online. Mas a empresa já não acha essa solução boa o suficiente.

O que o PayPal quer é expandir-se para além do comércio online tradicional. Em sua palestra na FOWA, Bedier disse que as transações de comércio eletrônico respondem por apenas 4% dos gastos do varejo americano.

Com os smartphones, o PayPal vê um futuro no qual seu sistema possa ser usado para pagar a mercearia, os faxineiros, o posto de gasolina e qualquer outra coisa, como aluguel e parquímetros, disse.

"É por isso que essa oportunidade é tão giantesca", disse ele durante a palestra. "Muitas oportunidades surgem quando se tenta quebrar a concha do comércio eletrônico."

O PayPal conduz um teste restrito de sua biblioteca de pagamentos móveis, que foi projetada para levar a funcionalidade de pagamento a aplicações para o iPhone. A biblioteca será convertida para outras plataformas de smartphone.

Durante a apresentação de Bedier na FOWA, outro funcionário da PayPal demonstrou como um botão PayPal pode ser adicionado a uma conta Flickr, para permitir que as pessoas comprem impressões de fotos.

"Nós queremos o modo mais simples de fazer pagamentos disponíveis em aplicações móveis", disse Bedier ao IDG News Service. "Nós queremos, com umas poucas linhas de código e alguns minutos, permitir que qualquer desenvolvedor inclua pagamentos dentro do aplicativo."

Carteira na nuvem
"A carteira deveria existir na nuvem", afirmou. "Essa coisa se tornará mainstream quando nõs a tornarmos fácil, simples, e sem atrito. Digitar informações de cartão de crédito em um aparelho móvel é uma das piores experiências de uso que existem."

O PayPal tem um senso de urgência nisso, pois vê a rápida ascensão que as transações de pagamento móvel vem tendo nessa plataforma, mesmo com o incômodo de os usuários terem de sair de uma aplicação e acessar o PayPal externamente, via navegador móvel.

Competidores de todas as origens, do Google à Amazon.com, incluindo as empresas de cartão de crédito e as operadoras móveis, não estão paradas. Todos veem oportunidades nos pagamentos móveis.

Bedier reconheceu que antes de abrir sua plataforma de pagamentos, no ano passado, "nós não estávamos inovando, não estávamos mudando o jogo, não estávamos aumentando o bolo do comércio eletrônico" para si mesmo e para os desenvolvedores externos.

"Ao dar aos desenvolvedores as ferramentas que tínhamos internamente, somos expostos por eles a outros casos de uso do mundo real que nunca foram concebidos antes no comércio eletrônico", disse. "Com as tecnologias móveis apagando a linha divisória entre o online e o offline, essas oportunidades se tornam realidade."

Fonte: IDG Now!

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