Anteriormente, a agência, que faz recomendações à Organização Mundial de Saúde, classificava esses aparelhos de bronzeamento artificial como “prováveis cancerígenos”.
A pesquisa, publicada na edição desta quarta-feira (29) da revista científica "Lancet Oncology", eleva esses equipamentos ao nível mais alto dos cancerígenos – conhecido como grupo 1, ao lado do gás mostarda e do arsênio, por exemplo.
A decisão de alterar a categoria da exposição às lâmpadas a e à radiação dos equipamentos de bronzeamento artificial foi feita a partir da análise de 20 estudos sobre a relação entre o uso desses aparelhos e o risco de desenvolver o câncer.
Segundo os resultados, o uso dos equipamentos de bronzeamento artificial aumenta em até 75% o risco de desenvolver o melanoma – a forma mais fatal do câncer de pele – em pessoas que começam a usar os aparelhos antes dos 30 anos.
Proibição
A Sunbed Association, que representa empresários do setor, afirma que não há provas da relação entre o uso responsável das camas de bronzeamento e o câncer de pele.
Apesar disso, ativistas contra a prática acreditam que a decisão da IARC poderá aumentar a pressão para uma maior regulação da indústria sobre o uso desses aparelhos.
A Sunbed Association apoia a proibição do uso das camas de bronzeamento para adolescentes com menos de 16 anos, mas afirma que mais provas são necessárias para elevar a idade da proibição para 16 ou 17 anos.
Jessica Harris, da ONG britânica Cancer Research UK, que trabalha com pesquisas sobre a doença, afirmou que muitos estudos científicos já demonstraram com convicção a relação entre o uso das camas e o câncer de pele.
“Estamos tão satisfeitos que a IARC tenha elevado a categoria de risco das camas de
bronzeamento para o nível máximo”, disse Harris.
“A decisão apoia a recomendação da Cancer Research de evitar as camas de bronzeamento para fins cosméticos. Elas não trazem benefícios à saúde e sabemos que aumentam o risco de câncer”, afirmou.
Kathy Banks, executiva da Sunbed Association, negou as acusações sobre os danos causados pelas camas à saúde.
“A relação entre a exposição à radiação ultravioleta e o aumento no risco de desenvolver o câncer de pele somente ocorre quando há uma superexposição, ou seja, uma queimadura”, afirmou Banks.
“No entanto, as pesquisas mostram que 80% dos usuários das camas de bronzeamento artificial sabem dos riscos associados à superexposição aos raios ultravioletas e a maioria usa os aparelhos 20 vezes ou menos por ano”, disse.
Um porta-voz do Ministério de Saúde da Grã-Bretanha disse que as camas de bronzeamento artificial são “perigosas”.
“Precisamos nos certificar de que as pessoas que as usam, o façam com segurança. Se necessário, iremos analisar novas leis para proteger os mais jovens”, disse.
Fonte: G1
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