Uma nova pesquisa, que comparou vários métodos para detectar o nível de consciência das pessoas, mostrou que cerca de 40% dos pacientes diagnosticados como estando em estado vegetativo estão na verdade em um estágio chamado de "minimamente consciente."
No cenário de pior caso, um erro de diagnóstico desses pode influenciar a decisão para permitir que um paciente morra. Mas, na maior parte das vezes, o erro leva à suspensão dos medicamentos que poderiam fazer o paciente sentir-se mais confortável e que poderiam aumentar suas chances de recuperação.
Estado vegetativo versus estado minimamente consciente
Em um estado vegetativo, os reflexos estão intactos e o paciente pode respirar sem a ajuda de aparelhos, mas ele não tem consciência.
Já o estado minimamente consciente é uma espécie de zona nebulosa, somente reconhecida pelos médicos recentemente, na qual os pacientes podem sentir alguma dor física, experimentar algumas emoções e até comunicar-se parcialmente. Entretanto, como a consciência é incompleta e intermitente no estado minimamente consciente, algumas vezes pode ser muito difícil dizer a diferença entre os dois.
Em 2002, a equipe do Dr. Joseph Giacino, do Instituto de Reabilitação JFK (EUA), desenvolveu o primeiro conjunto de critérios para diagnóstico do estado minimamente consciente. Uma escala aperfeiçoada, chamada CRS-R (Escala de Recuperação de Coma Revisado, na sigla em inglês) ficou pronta em 2004.
Alarme saudável
A escala CRS-R consiste em uma série de testes comportamentais baseados em critérios e que pode ser usada para distinguir entre o estado de coma, ou vegetativo, e o estado minimamente consciente.
Para avaliar a precisão da nova ferramenta de diagnóstico, os pesquisadores avaliaram 44 pacientes diagnosticados como estando em coma pelos seus médicos. A aplicação da escala CRS-R mostrou que 18 deles - 41% - não estavam em estado vegetativo, mas em estado minimamente consciente.
"Nós poderemos ficar muito mais confortáveis com a nossa capacidade de detectar a consciência," disse Giacino à revista New Scientist. "Eu acredito que é adequado acionar um certo nível de alarme em relação aos resultados de nossa análise."
Fonte: Diário da Saúde
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