A descoberta, publicada no último número do Proceedings of the National Academy of Sciences, é o início de uma nova rota de pesquisas que poderá finalmente parar o vírus da hepatite, impedindo que ele se ligue às células humanas e inicie seu processo infeccioso.
O vírus E da hepatite resulta em uma forma particularmente agressiva da hepatite viral, bastante comum nos países mais pobres, com más condições sanitárias.
Como neutralizar o vírus
As primeiras descrições desse vírus foram feitas há 10 anos, mas os cientistas encontraram saliências e encaixes que pareciam indecifráveis. Os medicamentos contra as doenças virais geralmente são feitos com moléculas que se ligam às proteínas existentes na superfície do vírus, mas até agora não havia sido possível mapear a superfície do vírus da hepatite E. Sem uma proteína-alvo, é impossível desenvolver um medicamento para neutralizá-lo.
Para desvendar o mistério, Tom Guu e seus colegas começaram a estudar o vírus átomo por átomo. Depois de dois anos de estudos e de calcular a posição de 500.000 átomos que formam a carapaça do vírus, os pesquisadores criaram um modelo 3-D em computador que permitiu aos pesquisadores identificar os pontos na capa do vírus que ele utiliza para se ligar às células e produzir a infecção.
"Se nós provarmos que esses pontos estão corretos, os laboratórios ao redor do mundo poderão começar a desenvolver medicamentos, chamados inibidores competitivos, para interromper o processo de ligação e impedir que o vírus se ligue aos receptores celulares," explica Guu, da Universidade de Rice (EUA).
Fonte: Diário da Saúde
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