sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Cirurgia não-invasiva do cérebro vence mais uma etapa

Uma equipe de pesquisadores da Universidade da Criança, em Zurique (Suíça), terminou com sucesso o primeiro estudo em escala piloto de uma cirurgia cerebral não-invasiva. A nova técnica foi usada para operar 10 pacientes com dores neuropáticas.

A técnica, que permite a operação sem abertura do crânio, é chamada de ultrassom focalizado guiado por ressonância magnética.

A origem das dores crônicas nos pacientes tratados incluía a síndrome do membro fantasma em pacientes pós-amputação, danos nos nervos, derrame cerebral, neuralgia trigeminal e neuralgia após acometimento por herpes-zóster.

Os resultados das cirurgias, cuja técnica ainda está em estágio de pesquisas, serão publicados no próximo número do jornal médico Annals of Neurology.

Cirurgia sem penetração física no cérebro

"Este estudo demonstrou que nós podemos fazer cirurgias bem-sucedidas nas profundezas do cérebro sem abrir o crânio e sem penetrar fisicamente o cérebro com instrumentos cirúrgicos, algo que pareceria inimaginável há alguns poucos anos," comemora o Dr. Daniel Jeanmonod, neurocirurgião da Universidade de Zurique.

"Ao eliminar qualquer penetração física no cérebro, nós esperamos duplicar os efeitos terapêuticos da remoção cirúrgica invasiva no cérebro, sem os seus efeitos colaterais," diz o médico.

Precisão e exatidão extremas

Os resultados preliminares nos primeiros pacientes são consistentes com a terapia convencional, chamada ablação por radiofrequência, que é um procedimento invasivo e que envolve a realização de uma incisão na cabeça, a perfuração do crânio, a inserção de um eletrodo através do tecido cerebral normal até o tálamo, e o uso da radiofrequência para criar a lesão.

"Esta pesquisa demonstra que a cirurgia transcraniana de ultrassom focalizado guiador por ressonância magnética pode ser utilizada para produzir pequenas ablações termais com extrema precisão e exatidão nas regiões profundas do cérebro," diz Neal Kassel, que também faz parte da equipe que está desenvolvendo a nova cirurgia não-invasiva.

Cirurgia não-invasiva

Segundo Kassel, a principal vantagem do ultrassom focalizado é que ele é não-invasivo. Isto, em princípio, torna a cirurgia mais segura do que as convencionais porque ela evita os riscos de complicações associadas, como infecções, hemorragias e danos colaterais a estruturas sadias do cérebro.

Os resultados agora apresentados serão avaliados para que a nova cirurgia não-invasiva do cérebro possa passar para uma etapa de testes clínicos e de avaliação monitorada.

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