Uma nova pesquisa, feita na Kellogg School of Management (EUA), demonstra que as pessoas acreditam ter mais autocontrole do que na verdade têm - o que, em última instância, leva a decisões mal feitas, que lhe trarão prejuízos.
Em outras palavras, as pessoas estão mais sujeitas às "tentações" do que se dão conta, o que faz com que elas "caiam em tentação" mais frequentemente do que gostariam, esteja o fato relacionado a questões tão distintas quanto relacionamentos afetivos ou dietas para emagrecimento.
O poder dos desejos
A pesquisa, liderada por Loran Nordgren, examinou como a confiança das pessoas em suas habilidades para controlar impulsos como ganância, vícios de drogas e interesses sexuais influencia suas reações às tentações.
Os pesquisadores descobriram que as pessoas, em média, mostram um "desvio de moderação" que as faz calcular incorretamente a dimensão da tentação que eles podem de fato suportar, o que as leva a uma grande propensão a ceder aos vícios e aos desejos.
"As pessoas não são boas em prever o poder dos seus desejos e aqueles que são mais confiantes com relação ao seu autocontrole também são os mais propensos a cair em tentação," disse Nordgren.
Ficar longe das tentações e humildade
A solução para o problema pode parecer simples. "A chave é simplesmente evitar quaisquer situações onde os vícios e outras fraquezas lhe desafiem e, mais importante, as pessoas devem manter uma visão mais humilde da sua própria força de vontade," diz o pesquisador.
Os pesquisadores citam estudos anteriores que demonstraram que as pessoas frequentemente têm dificuldade para avaliar a força dos seus momentos impulsivos. Pessoas em um estado de serenidade, que não estejam experimentando raiva, fome ou desejos sexuais, tendem a subestimar como um estado "quente", impulsivo, irá influenciar seu comportamento.
"Um sistema que assume que as pessoas irão controlar a si mesmas está fadado ao fracasso devido a esse viés da moderação. Nós expomos nós mesmos a mais tentações do que seria sábio e, como consequência, temos milhões de pessoas sofrendo com obesidade, vícios e outros estilos de vida menos saudáveis," diz o cientista.
Não julgar
Nordgren afirma que as conclusões não se restringem às tentações pessoais ou de vícios de qualquer tipo. "Entendendo o poder da tentação, você também poderá perguntar sobre em que medida nós precisamos de normas regulatórias para os negócios e para os líderes políticos."
Além disso, esta pesquisa sugere que quem olha de fora pense duas vezes antes de julgar aqueles que caem vítimas das tentações, porque a maioria das pessoas superestima sua capacidade de controlar seus próprios impulsos.
Fonte: Diário da Saúde
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