A conclusão, resultado de uma pesquisa de médicos da Escola de Medicina de Harvard (EUA), foi publicada hoje no jornal médico Journal of Clinical Oncology.
"Com o advento do exame de PSA há cerca de 20 anos, nós começamos a detectar o câncer de próstata em estágios muito mais iniciais," explica o Dr. Martin Sanda.
"Consequentemente, enquanto o exame de PSA nos permitiu iniciar mais cedo tratamentos agressivos contra os cânceres de alto risco, ele também resultou no diagnóstico de cânceres que são tão pequenos que não representam perigo a curto prazo e, possivelmente, nem mesmo a longo prazo," diz o médico.
Diferença irrelevante
Os pesquisadores analisaram os dados de 51.529 homens, que foram acompanhados desde 1986. A cada dois anos, os participantes participavam de exames e respondiam a questionários sobre doenças e outros tópicos relacionados à sua saúde, incluindo se haviam tido diagnóstico de câncer de próstata.
Nesse grupo, 3.331 homens foram diagnosticados como portadores do câncer de próstata entre 1986 e 2007. Entre eles, 342 optaram por retardar o início do tratamento por um ano ou mais. De 10 a 15 anos depois, metade desses homens continuava sem ter passado por nenhum tratamento contra o câncer de próstata e sem apresentar qualquer consequência disso.
"Nós descobrimos que as mortes atribuídas ao câncer de próstata foram muito poucas entre os homens que apresentaram inicialmente tumores de baixo risco. Nossa análise mostrou que apenas 2% dos pacientes que retardaram o tratamento morreram da doença, comparado com 1% dos homens que iniciaram o tratamento assim que receberam o diagnóstico. Isto não é uma diferença estatisticamente significante," explica o Dr. Sanda.
Tipos de câncer de próstata
Há três tipos de câncer de próstata: de alto risco, com tumores grandes e de crescimento rápido; de risco intermediário; e de baixo risco, cujos tumores são pequenos e de crescimento lento.
Enquanto há ampla evidência de que o tratamento dos cânceres de alto risco e intermediários, seja com cirurgia, radiação ou terapia hormonal, podem salvar vidas, a questão continua em aberto quanto a se e como devem ser tratados os cânceres de baixo risco.
As descobertas desta pesquisa de longo prazo revelaram que os homens diagnosticados com tumores de baixo risco na próstata continuaram muito bem por um período médio de oito anos - que chegou a até 20 anos - após o diagnóstico.
Críticas
Os exames PSA têm sido criticados dentro da comunidade médica, por levarem a um número excessivo de diagnósticos falso positivos (Médicos europeus descartam exames de câncer de próstata como rotina). Com esta pesquisa, o exame poderia continuar sendo adotado em larga escala, garantido que os médicos orientassem adequadamente seus pacientes cujos tumores não requeiram um tratamento imediato, afirmam os pesquisadores.
Uma outra pesquisa demonstrou que o exame de PSA é desnecessário em homens acima dos 75 anos de idade.
Fonte: Diário da Saúde
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