Agora, no que parece ser o eco de um filme de ficção científica, uma equipe de cientistas da Universidade College London, coordenada pelo Dr. David Kipping, acredita que será possível descobrir até mesmo "exoluas" - luas dos planetas extrassolares, também conhecidos como exoplanetas.
A missão principal do telescópio Kepler é monitorar milhares de estrelas para detectar minúsculas variações em seu brilho conforme seus planetas passam à sua frente - o que os astrônomos chamam de eventos de trânsito. O observatório orbital será capaz de detectar esses trânsitos com uma precisão sem precedentes.
O Dr. Kipping já havia proposto uma técnica para detectar exoluas, mas ninguém tinha certeza se o método poderia realmente funcionar com a tecnologia atual. Ele e sua equipe agora modelaram as propriedades dos instrumentos do telescópio Kepler, simulando a intensidade esperada do sinal que uma lua habitável poderia gerar.
Como planetas e luas extrassolares são detectados?
A gravidade de uma exolua cria um arrasto na órbita de seu planeta, fazendo o planeta "balançar" durante sua órbita em volta de sua estrela-mãe. As alterações resultantes na posição e na velocidade do planeta deverão ser detectáveis pelos instrumentos do Kepler por meio da temporização precisa dos eventos de trânsito.
Os cientistas levaram em conta uma ampla gama de possíveis sistemas planetários e descobriram que um planeta fofo como Saturno (o planeta dos anéis tem uma massa extremamente baixa para o seu tamanho) oferecerá a melhor chance para detectar uma lua, em vez de um planeta denso como Júpiter. Isto porque os planetas como Saturno são grandes - bloqueando muita luz conforme passam à frente de sua estrela - mas muito leves, significando que eles sofrerão muito mais a ação da gravidade de uma lua rochosa do que um planeta pesado.
Luas habitáveis
Se um planeta parecido com Saturno estiver a uma distância adequada de sua estrela, então a temperatura permitirá que a água em estado líquido seja estável em luas suficientemente grandes, tornando-as potencialmente habitáveis.
Os astrônomos descobriram que exoluas habitáveis com apenas 20% da massa da Terra serão facilmente detectáveis com os instrumentos do Kepler.
Potencialmente, o telescópio poderá procurar luas habitáveis do tamanho da Terra ao redor de mais de 25.000 estrelas, localizadas a até 500 anos-luz do Sol. No céu inteiro, há milhões de estrelas que poderiam ser rastreadas em busca de exoluas habitáveis contando-se tão-somente com a tecnologia atual.
Ferramentas e metodologia à disposição
Se esses corpos celestes são comuns na galáxia é algo que os astrônomos ainda não sabem, mas agora eles têm as ferramentas e a metodologia para descobrir.
"Pela primeira vez nós demonstramos que luas potencialmente habitáveis a até centenas de anos-luz de distância poderão ser detectadas com os instrumentos atualmente disponíveis," diz o Dr. Kipping. "Conforme rodávamos as simulações, ficamos surpresos que até luas com apenas um quinto da massa da Terra poderão ser detectadas. Parece provável que existam muitos milhares, talvez milhões, de exoluas habitáveis na galáxia, e nós poderemos começar a encontrá-las agora."
Fonte: Robert Massey
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