Agora os cientistas descobriram que ele tem um companheiro, o óxido nitroso (N2O), conhecido como gás do riso (ou hilariante), devido à sua capacidade de provocar contrações musculares involuntárias na face. Mas a nova notícia sobre esse gás está longe de provocar bom humor.
Segundo uma pesquisa feita por cientistas da Administração Nacional do Oceano e Atmosfera (NOAA), nos Estados Unidos, o óxido nitroso se tornou a substância que mais danos provoca na camada de ozônio.
Principalmente de fontes naturais
Ao contrário dos CFCs, apenas um terço das emissões do N2O é de responsabilidade do homem. O óxido nitroso é emitido principalmente por fontes naturais (bactérias no solo e oceanos, por exemplo), mas também como um subproduto dos métodos de fertilização na agricultura, da combustão, do tratamento de esgoto e de diversos processos industriais.
O óxido nitroso superou os clorofluorcarbonetos na "tarefa" de destruir a camada de ozônio, cuja emissão na atmosfera tem diminuído seguidamente por causa de acordos internacionais para o seu banimento. Hoje, de acordo com a pesquisa, as emissões totais de N2O já são duas vezes maiores do que as de CFCs.
História ambiental de sucesso
Ao calcular o efeito dessa emissão na camada de ozônio atualmente e estimar o mesmo para o futuro próximo, os autores da pesquisa observaram que os danos à camada de ozônio são grandes e continuarão elevados por muitas décadas se nada for feito para reduzir as emissões.
"A grande redução nos CFCs nos últimos 20 anos é uma história ambiental de sucesso. Entretanto, o óxido nitroso produzido pelo homem é agora o elefante na sala entre as substâncias que destroem o ozônio atmosférico", disse Akkihebbal Ravishankara, diretor da Divisão de Ciências Químicas do Laboratório de Pesquisas do Sistema Terrestre da NOAA, principal autor do estudo.
A camada de ozônio protege plantas, animais e pessoas do excesso de radiação ultravioleta emitida pelo Sol. A diminuição da camada faz com que mais radiação do tipo atinja a superfície terrestre, prejudicando a vida no planeta.
Duplo benefício
Apesar de o papel do óxido nitroso na destruição do ozônio ser conhecido há décadas, o novo estudo é o primeiro a calcular sua importância por meio do uso de métodos semelhantes aos usados na análise de CFCs e de outras emissões antrópicas.
Diferentemente dos CFCs e de outros desses gases, a emissão de óxido nitroso não é regulada pelo Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, adotado em 1987 por 46 países.
Segundo os pesquisadores, como o óxido nitroso também é um gás de efeito estufa, a redução de suas emissões por atividades humanas seria uma boa medida tanto para a camada de ozônio como para o clima.
Fonte: Agência Fapesp
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