Os exames de ressonância magnética, conhecidos como MRI, são recomendados para pacientes com riscos cardiovasculares e neurológicos elevados e que chegam ao hospital reclamando de vertigens, náuseas e sensação de tontura.
"A ideia de que um exame na cama possa superar um moderno exame de neuroimagem como o MRI é algo que a maioria dos médicos diria ser impossível, mas nós mostramos que isto é possível," diz o Dr. David E. Newman-Toker.
Causas das vertigens
As vertigens são um problema médico bastante comum, responsáveis por milhões de visitas aos prontos-socorros todos os anos. Enquanto a grande maioria dos casos são causados por problemas benignos relacionados ao ouvido interno, cerca de 4% dos casos são sinais de derrames cerebrais ou de ataques isquêmicos transientes, uma condição que frequentemente é um aviso prévio de que um derrame ocorrerá nos próximos dias ou semanas.
Como mais da metade dos pacientes com vertigens que estão sofrendo um derrame não apresentam nenhum dos outros sintomas - fraqueza em um dos lados do corpo, falta de sensações ou problemas na fala - os médicos das emergências não conseguem detectar cerca de um terço dos casos, perdendo a chance de um tratamento mais rápido e eficaz.
"Nós sabemos que o tempo é tudo, de forma que, se pacientes que estão tendo um derrame forem enviados para casa erroneamente, as consequências podem ser realmente sérias, incluindo a morte ou a invalidez permanente," diz o Dr. Jorge C. Kattah, que também participou do estudo.
Exame do movimento dos olhos
O estudo sobre o exame do movimento dos olhos foi sugerido por pesquisas anteriores que demonstraram que os pacientes que estão tendo um derrame cerebral apresentam alterações no movimento dos olhos que se correlacionam com os danos causados pelo derrame em diferentes áreas do cérebro.
Esses movimentos são diferentes das alterações causadas por doenças benignas, como a labirintite. Alguns pacientes, por exemplo, não conseguem ajustar imediatamente a posição dos olhos se sua cabeça for movida rapidamente para o lado, ou apresentam movimentos desconexos quando tentam focar um objeto ou olhar para o lado.
No estudo, os médicos submeteram cada paciente a três testes de movimentos com os olhos, procurando por sinais de incapacidade de manter os olhos estáveis quando a cabeça dos pacientes era girada rapidamente para os lados, movimentos aleatórios enquanto os pacientes tentavam acompanhar o movimento do dedo do médico e verificando a posição dos olhos para detectar se um deles ficava em posição elevada em relação ao outro.
A seguir, cada paciente foi submetido a um exame inicial de ressonância magnética, o exame de maior qualidade disponível atualmente para a confirmação de derrame em pacientes que reclamam de vertigens. Os pacientes cujos testes dos olhos sugeriam um derrame que não foi detectado na primeira ressonância magnética foram submetidos a um segundo exame de neuroimagem.
Simples, eficaz e gratuito
No final, 69 pacientes foram diagnosticados com derrame e 25 com problemas no ouvido interno. O restante apresentava outros problemas neurológicos. Utilizando apenas o exame dos movimentos dos olhos, os pesquisadores diagnosticaram corretamente todos os casos de derrame e 24 dos 25 casos de labirintite.
Por outro lado, o primeiro exame de ressonância magnética deu falso-negativo em 8 dos 69 pacientes com derrame, um erro que foi sanado no segundo exame de ressonância.
Os médicos afirmam que sua pesquisa foi conduzida com um número muito pequeno de pacientes, e que os resultados precisam ser confirmados em testes de mais larga escala. Contudo, eles estão entusiasmados com os resultados, incluindo a eliminação nos erros dos diagnósticos e o baixo custo para o sistema de saúde: "Os exames de movimento dos olhos são basicamente gratuitos, enquanto uma ressonância magnética pode custar US$1.000,00 ou mais," diz Newman-Toker.
Fonte: Diário da Saúde
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