O produto, em fase de registro de patenteamento, já foi aprovado em testes clínicos que mostraram sua eficácia no controle do biofilme dental bacteriano, ajudando a evitar cáries.
Extrato e óleo de alecrim-do-campo
O produto é composto pelo extrato e pelo óleo essencial das folhas da planta Baccharis dracunculifolia, mais conhecida como alecrim-do-campo ou vassoura.
"Já era conhecida a atividade antimicrobiana do extrato frente aos fatores cariogênicos de Streptococcus mutans, um dos principais microrganismos responsáveis pela formação da cárie", conta o farmacêutico Mateus Freire Leite, responsável pela pesquisa. "O objetivo do estudo era desenvolver uma formulação de enxaguatório bucal que pudesse veicular o extrato".
No trabalho, verificou-se que o extrato de alecrim-do-campo era pouco solúvel em água, inviabilizando, assim, a obtenção de uma solução aquosa simples. "Por isso, foi desenvolvido um sistema microemulsionado, no qual o óleo e o extrato foram dispersos no meio aquoso e estabilizados com uma mistura de tensoativo e co-tensoativo, gerando partículas de poucos nanômetros de diâmetro".
Alecrim-do-campo para os dentes
O extrato e o óleo foram associados ao fluoreto de sódio, substância utilizada como fonte de íons fluoreto com ação preventiva na formação da cárie dentária, além de outros componentes, para obtenção do enxaguatório bucal. "Os testes apontaram boa atividade antimicrobiana e baixa toxicidade", destaca Leite. "Este produto é desprovido de propriedades de manchamento dos dentes, sendo clinicamente aceitável".
A pesquisa de doutorado do farmacêutico teve orientação do professor Augusto César Cropanese Spadaro, da FCFRP. "O grupo de pesquisa do professor já havia atestado, em um trabalho anterior, a atividade anticariogênica do extrato de alecrim-do-campo, comparando-a com a ação antimicrobiana da própolis verde, uma vez que a Baccharis dracunculifolia é uma das principais fontes botânicas da própolis verde produzida no Sudeste do Brasil", relata o pesquisador.
Produtos comerciais
A formulação também passou por testes clínicos na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) da USP, onde foi avaliado em seres humanos e comparado com outras duas marcas de enxaguatório existentes no mercado. "O produto mostrou ser eficiente", diz o pesquisador. "Ele possui uma coloração esverdeada, de clorofila, e o aroma lembra o do alecrim". Os testes clínicos foram realizados pelo grupo de pesquisa do professor Vinícius Pedrazzi, da FORP.
De acordo com o farmacêutico, o produto já teve a patente requerida junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). "É uma tecnologia que está apta a ser transferida a qualquer empresa que tenha interesse em colocar o produto no mercado", salienta.
Fonte: Diário da Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário