sábado, 11 de julho de 2009

Endeavour levará ao espaço dois picossatélites construídos por estudantes

Além da segunda parte do grande e ultramoderno laboratório Kibo, o ônibus espacial Endeavour levará ao espaço, na missão que deverá começar no próximo sábado, dois minúsculos satélites estudantis - tão pequenos que são chamados de picossatélites. Os dois juntos cabem em uma caixa de sapatos.

Sem controle humano

Apesar de pequenos, a tecnologia que eles deverão testar está entre as mais promissoras para o futuro da exploração espacial: a navegação e a atracação de naves espaciais de forma totalmente autônoma, permitindo que satélites leves e baratos juntem-se para formar grandes telescópios e "antenas espaciais" para monitoramento de meteoros que se aproximem da Terra.

Esta será a primeira etapa de quatro missões planejadas para os próximos oito anos, que incluirão uma aproximação gradual do objetivo final: ter dois satélites partindo de locais diversos do espaço, encontrando-se num terceiro ponto e juntando-se para formar uma espaçonave única - tudo sem controle humano.

"Ter todo esse processo sem controle humano é um grande desafio para qualquer espaçonave, mas muito mais para picossatélites," diz o professor Robert Bishop, coordenador do projeto que reúne estudantes de engenharia de duas universidades norte-americanas (Texas-Austin e Texas A&M).

Novo receptor de GPS da NASA

Cada um dos satélites tem o formato de um cubo com 12,5 centímetros de aresta e pesa 2,1 quilogramas. Nesta primeira missão, os dois picossatélites deverão ser lançados do ônibus espacial já unidos.

Eles percorrerão várias órbitas em torno da Terra coletando dados de posicionamento para testar um novo receptor de GPS da NASA, que está instalado nos dois picossatélites. Os dados serão transmitidos para uma estação de rastreamento em terra.

Depois do teste de separação, os dois picossatélites continuarão operacionais ainda por um ano, enviando sua posição continuamente para o centro de controle. Depois disso eles deverão cair, queimando-se na reentrada na atmosfera, evitando o acúmulo de lixo espacial.

Programas de computador valiosos

Várias missões, utilizando satélites que custaram dezenas de milhões de dólares já tentaram operações de aproximação e atracação autônomas, quase nunca com sucesso. Os dois picossatélites custaram US$75.000,00 e, se tiverem sucesso, poderão se tornar uma plataforma muito mais simples e barata para o tipo de missão a que se destinam.

Neste caso, o maior interesse não recairá o hardware dos minúsculos satélites, que nada têm de muito inovador, mas nos programas de computador que estão sendo desenvolvidos pelos estudantes, e que poderão controlar equipamentos dos mais diversos portes.

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