O Dr. John Csernansky, da Universidade Northwestern (EUA) demonstrou que imagens captadas por exames de ressonância magnética podem ser utilizadas para gerar um mapa preciso de toda a estrutura do cérebro de uma pessoa, com seus vales, saliências e curvas.
O formato e as dimensões das estruturas cerebrais podem revelar como elas funcionam. Desta forma, o Dr. Csernansky acredita que o mapa topográfico cerebral possa ser a primeira ferramenta à disposição dos médicos para o diagnóstico precoce de doenças mentais, quando o prognóstico do tratamento é muito melhor.
Mais arte do que ciência
A chave do desenvolvimento está na comparação entre os mapas topográficos de cérebros de pessoas sadias e de pessoas doentes. Segundo o pesquisador, atualmente o diagnóstico de doenças mentais está mais para uma arte do que para uma ciência.
Ao contrário de um ataque cardíaco, por exemplo, que pode ser identificado por um ecocardiograma e um teste sanguíneo para detectar enzimas cardíacas, as doenças psiquiátricas são diagnosticadas conversando com o paciente, com perguntas sobre seus sintomas e sua história.
Diagnóstico da esquizofrenia
A esquizofrenia tipicamente começa na adolescência ou por volta dos 20 anos e afeta cerca de 1% da população. Se a doença for diagnosticada no início, tratamentos de psicoterapia e medicamentos antipsicóticos aumentam enormemente a chance de recuperação.
Saber se o tratamento está dando os resultados esperados é outra dificuldade, envolvendo o monitoramento dos sintomas ao longo de meses e até anos.
"Depois de tomar essas medicações por anos a fio, sua vida estará melhor do que se você não as tivesse tomado? Nós queremos entender os efeitos dos medicamentos que receitamos sobre a progressão biológica da doença. Nós acreditamos que isso em última instância determinará se a pessoa está melhor ou não," diz o pesquisador.
Plasticidade cerebral
Ao contrário do que se proclamou por muito tempo, de que teríamos sempre o mesmo número de células nervosas, nosso cérebro é muito plástico e está se remodelando constantemente. Os mapas topográficos permitirão a comparação dos efeitos da progressão da doença, dando aos médicos uma melhor fundamentação para suas decisões.
A equipe do Dr. Csernansky desenvolveu técnicas computacionais que permitem a comparação automatizada e rápida entre diversas imagens de ressonância magnética, o que está viabilizando o uso da nova técnica.
Fonte: Diário da Saúde
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