Segundo Francisco Ayala e seus colegas da Universidade da Califórnia em Irvine, o parasita teria sido transmitido de chimpanzés para humanos talvez tão recentemente quanto há 5 mil anos. E muito possivelmente a transmissão se deu por um único mosquito.
O estudo será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Vacina contra a malária
De acordo com os autores, a descoberta poderá ajudar no desenvolvimento de uma vacina contra a malária, além de aumentar o conhecimento de como as doenças infecciosas como a Aids, a síndrome respiratória aguda severa (Sars) ou a nova gripe A (H1N1) são transmitidas de animais ao homem.
"Quando a malária é transmitida aos humanos, ela se torna muito severa rapidamente. A doença em humanos se tornou resistente a muitas drogas. Esperamos que nossa descoberta nos aproxime da produção de uma vacina", disse Ayala.
Malária maligna
A malária maligna, forma mais grave da doença, é causada pelo protozoário Plasmodium falciparum. O parasita é responsável por mais de 80% de todas as infecções e quase todas as mortes causadas pela doença.
Sabia-se que chimpanzés carregam um parente desse parasita chamado Plasmodium reichenowi, mas os cientistas achavam que os dois teriam existido separadamente em humanos e em chimpanzés por pelo menos 5 milhões de anos.
No novo estudo, o grupo examinou diversas novas linhagens do plasmódio encontradas em sangue retirado de chimpanzés selvagens em reservas em Camarões e na Costa do Marfim.
A análise genética feita pelos autores do estudo relacionou a linhagem do Plasmodium falciparum com todas as linhagens conhecidas do parasita humano. Como se verificou pouca variação genética entre as linhagens, pesquisadores calculam que a transmissão teria ocorrido em um passado recente, entre 5 mil e 2 milhões de anos atrás.
A malária maligna teria começado a se espalhar pelas regiões tropicais, e depois pelo mundo, há cerca de 5 mil anos, quando a agricultura começou na África.
Fonte: Diário da Saúde
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